O grupo teatral brasiliense Mamulengo Fuzuê estreia hoje o espetáculo A Chegança da Burrinha Calunga em Terras Candangas, inspirado na diversidade cultural do Distrito Federal. A apresentação tem entrada franca e ocorre às 13h na Casa do Cantador, em Ceilândia.
O tema da peça é teatro de bonecos popular do Nordeste, patrimônio cultural também conhecido como Mamulengo. A trama mostra uma trupe de caminhantes que viajam Brasil adentro em busca de um lugar ideal para viver e celebrar a vida: a brincante musicista Da Luz, o Tocador e um Bonequeiro. Todos guiados pela Burrinha Calunga e os bonecos Mateus, Catita e Birico. No meio da jornada, a trupe faz festa, canta, dança e se envolve em diversas confusões, tendo que enfrentar a fome e enganar o Capiroto e a Morte para garantir a sua sobrevivência.
Ao Correio, o diretor Thiago Francisco enfatiza a mensagem que a peça transmite. “É um espetáculo em que o principal é festejar, é celebrar. É sobre ter um momento de festividade mesmo em meio às lutas que a gente enfrenta no dia a dia. É lembrar que durante a estrada o mais importante do que chegar ao destino é o caminho que você percorre”.
Realizada com recursos do FAC-DF, a montagem é influenciada pela variedade cultural presente no DF, fruto de manifestações artísticas brasileiras que se entrelaçam por meio dos fluxos migratórios. “A gente tem esse privilégio de estar num lugar onde reunimos uma diversidade cultural ímpar, pessoas de diversos lugares do Brasil, sobretudo do Nordeste. E, no espetáculo, as figuras, os personagens principais representam essa pluralidade", observa o diretor.
Thiago destaca como fundamental o teatro popular na preservação e celebração das tradições culturais brasileiras. “Os espetáculos carregam um pouco da nossa história, da nossa memória. Ao manter esses personagens vivos, a gente está mantendo vivo o imaginário popular. E, sem o teatro popular, isso não seria possível. O teatro popular é mais acessível, mais vivo, ele acontece em todos os espaços”.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco