Las Vegas – A banda U2 inaugurou a Sphere em 26 de setembro e está com residência até 16 de dezembro com o show U2: UV Achtung Baby Live at Sphere, uma homenagem ao álbum de 1991 da banda. A nova casa de festas consiste em uma esfera gigante, que tem 112 metros de altura — mais do que a Estátua da Liberdade ou o Big Ben — e 157 metros de largura. Além de ser a maior estrutura esférica do mundo, a Sphere também se torna inovadora por ter a maior tela de LED do planeta na parte de fora, com 54 mil m², que ficará acesa dia e noite.
Como o local tem uma estrutura completamente diferente de todas as outras casas de show existentes, essas apresentações se destacam por serem um espetáculo audiovisual e unir a performance da banda com as imagens de alta qualidade que são projetadas durante todo o show. A tela interna da esfera, que os espectadores assistem, que vai do chão a 76 metros de altura, tem 15 mil m² e 173 milhões de pixels, sendo assim a tela de maior resolução em todo o mundo.
O Correio teve a oportunidade de entrar na Sphere e acompanhar o show que o U2 fez no dia 1° de dezembro e conta sobre a experiência imersiva e do espetáculo visual que a casa em Las Vegas propõe aos espectadores e fãs de música.
Análise do espetáculo
Mesmo com a presença marcante das projeções, a banda não abusou da capacidade da estrutura. As exposições causam impacto e mostram a qualidade da tela, mas os músicos parecem querer provar para o público que a grande atração é o show deles e não o local em si. Além da parte visual, o áudio do espaço também surpreende, principalmente porque as estruturas em forma de cúpula costumam ser conhecidas por serem péssimas para o áudio.
Parte mais impactante do show, a projeção da música Even better than the real thing é completamente estonteante, o cenário psicodélico proporciona uma atmosfera diferente da de outras músicas e cria uma ilusão ótica que faz parecer que o palco está subindo. Outras faixas que marcam o repertório do show é One – que, apesar da projeção ser apenas luzes de lanternas acesas igual em muitos shows, a música envolve toda plateia –, Desire e Beautiful day, canção que encerra a apresentação com uma imagem quase que mística sendo projetada na tela.
Normalmente, a pista proporciona a melhor experiência em todos os shows, mas na Sphere a diferença entre os espaços se torna ainda mais impactante pelo fato de que, além dos outros locais não serem tão perto dos músicos, na parte das cadeiras não é possível enxergar completamente a tela, que é o principal elemento de deslumbramento do público.
Apesar da última grande apresentação da banda antes da inauguração ter sido em 2019, o U2 mostra a sintonia no palco. Com um show de duas horas de duração, os músicos mostraram que o tempo não diminuiu a qualidade da performance. Esta é a primeira vez que o grupo não se apresenta com o baterista Larry Mullen Jr, que está afastado por problemas de saúde, mas a substituição dele pelo holandês Bram van de Berg, músico da banda Krezip, foi uma substituição certeira, que não deixou a desejar.
Indubitavelmente a casa revoluciona as apresentações com as inovações e tecnologias que disponibiliza, mas o valor exorbitante dos ingressos podem tornar essa experiência extremamente inacessível para grande parte dos fãs dos artistas que se apresentarem no espaço. Apesar disso, a Sphere pode elevar as shows para uma experiência nunca vista anteriormente.
*Estagiária sob a supervisão de Pedro Ibarra.