BRASÍLIA

Bis, visuais e hits: saiba todos os detalhes da apresentação de Paul McCartney

O eterno beatle tocou por quase três horas os maiores sucessos da carreira e o Correio conta sobre a experiência

A espera acabou. Depois de ter vindo ao Brasil em 2019 e não ter passado por Brasília, o lendário beatle Paul McCartney subiu ao palco do Mané Garrincha após nove anos para tocar os maiores hits da carreira solo, da formidável banda Wings e, lógico, dos Beatles.

O estádio da capital recebeu as cores azuis para estrear a turnê Got back no Brasil, contrastando com as cadeiras vermelhas do Mané Garrincha. Milhares de brasilienses lotaram o lugar que já recebeu jogos de Copa do Mundo e finais de campeonato candango, além de shows lendários como os de Roger Waters e Los Hermanos.

Minervino Júnior/CB/D.A. Press -
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O público ficou animado logo de início, quando o DJ soltou a playlist de sucessos que McCartney participou. Entre a galera, alguns não pouparam esforços para ver o show daquele que se mostra incansável e não dá sinais de aposentadoria, apesar da idade avançada de 82 anos.

Diretamente de Porto Alegre, Matias Ghelfi, comerciante, esteve em 14 shows do Paul McCartney até essa quinta-feira. Ele não se conteve de felicidade ao saber que o beatle viria ao Brasil mais uma vez, ainda mais devido à crise sanitária que acometeu o mundo em 2020. “Estou muito feliz. Estava com medo de não poder ter esse momento”, confessa Ghelfi. O comerciante vai para os outros shows restantes da turnê, mas fez questão de chegar cedo no estádio.

Outra maníaca pelos Beatles, Cláudia Tapety assistiu a todos os shows do Paul McCartney no Brasil. Até então, tinham sido mais de 30. Ela veio de Recife, junto com o marido, e, além dos shows em terras brasileiras, já viu o eterno beatle em países como Estados Unidos, Porto Rico, Argentina, Peru, Chile e México.

“Geralmente as pessoas amam os Beatles como banda, e às vezes se esquecem deles como artistas individuais”, afirma Tapety. “Eu amo o John, o George, o Ringo e o Paul, e eles são fantásticos.”

O show

Quando o astro entrou em cena, o estádio entrou em ebulição. Era como se McCartney tivesse em mais um show da década de 1970, quando as pessoas iam à loucura. E ele não decepcionou. Nas quase 3h de shows, sucessos como Can’t buy me love, Let it be e Ob-la-di, ob-la-da fizeram parte do setlist.

No entanto, Paul decidiu não tocar a não tão conhecida Back in Brazil, do álbum Egypt station, que integra a coleção solo do artista. Ela esteve presente no setlist da última passagem dele pela capital, em 2014.

Um dos momentos mais especiais da noite foi a apresentação de I’ve got a feeling, do último disco de estúdio dos Beatles Let it be. Durante a música, Paul estava acompanhado de seu grande amigo e irmão de shows, John Lennon, que deu uma passadinha graças à tecnologia dos telões presentes hoje em dia nos grandes shows.

As homenagens e as emoções não pararam por aí. Canções ícones como Something, dedicadas ao George Harrison, Helter skelter, Blackbird e a cantarolante Hey jude fizeram a audiência brasiliense relembrar as razões pelas quais os Beatles e o próprio Paul serem tão amados.

Voltando no tempo, Paul e cia. tocaram a primeira música gravada pelos garotos de Liverpool, In spite of all the danger. A balada, na qual fez os músicos se juntarem na frente do palco, fez com que a plateia acendesse as lanternas e cantasse em coro “oh oh oh”.

Depois, o grupo se dirigiu a Londres, mais especificamente Abbey Road. Foi lá que eles gravaram Love me do, um dos maiores sucessos da banda. Ao primeiro som da gaita, a plateia se incendiou e cantou junto com Paul McCartney, dessa vez com o violão nas mãos.

Demonstrando que presta atenção nos anseios brasileiros de demonstração de carinho e afeto, o britânico arranhou algumas palavras e frases em português. “Esta noite, eu vou tentar falar um pouquinho de português”, disse, levando a galera à loucura.

Os candangos ficaram maravilhados com o conhecimento regional de Paul, que deu boa noite ao público com um sonoro “boa noite, vei”.

Criativo como um artista longevo deve ser para se manter relevante, o trio de metais da banda foi alocada em um setor das cadeiras inferiores do estádio, o que rendeu risadas e fotos de quem estava por perto.

Deleite para os olhos

Se ver em carne e osso um beatle não era suficiente, o público pôde aproveitar um show de imagens e luzes nos telões. Ao som da nova música TAL, o estádio ficou azul, e elétrico também.

Em Blackbird, o palco se elevou com Paul centralizado, cantando a música junto com a audiência em plenos pulmões. Na plataforma, um pássaro negro voava, tal qual era cantado na canção. Ao fundo, o telão acompanhava as imagens com a representação do espaço, tão marcante na carreira do artista.

Um dos momentos mais emblemáticos da noite foi o show pirotecnico da música Live and let, que, como se fossem trovoes, com chamas e fogos de artifício fora do estádio, Paul McCartney provocou uma catarse coletiva no público.

Em seguida, regeu todos os fãs como um grande coral para cantar na na na em Hey jude, a sua musica de maior sucesso. Saiu do palco em alta, mas não foi o fim da noite.

O bis

Com as bandeiras do Brasil, do Reino Unido e da comunidade LGBTQIA+, Paul e banda correram de volta ao palco para encerrar a noite. A primeira musica da continuação foi I’ve got a feeling, que contou a participação de John Lennon nos vocais diretamente dos telões emocionando o público que não via os dois dividindo os vocais desde o icônico show no telhado do Apple Recorda em Londres nos anos 1960.

Ao som de Golden slumbers e The end, com o telão mostrando um vídeo psicodelico que incluiu o famoso submarino amarelo, Paul McCartney se despediu da capital com a frase que todos queriam ouvir em português: “até a próxima!”

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