DIVERSIDADE

Conheça Organzza, a artista que se sagrou campeã do Drag Race Brasil

Vencedora do primeiro Drag Race Brasil, Organzza levou a estética do carnaval e do afrofuturismo para o topo da competição. A drag queen carioca, criada pelo artista Vinícius Andrade, 31 anos, elogia a cena drag brasiliense e pretende vir em breve à capital

Organzza é a vencedora da primeira edição do reality show Drag Race Brasil, exibido pelo Paramount Plus e MTV. A drag queen carioca, criada pelo artista Vinícius Andrade, de 31 anos, foi coroada em uma acirrada disputa final, levando o prêmio de R$ 150 mil.

Ao longo do programa apresentado pela brasileira internacionalmente famosa Grag Queen, Vinícius conquistou três vitórias, sendo quem mais venceu desafios na temporada, e se destacou com suas performances e seus looks fashionistas, com inspirações artísticas e filosóficas no carnaval, no afrofuturismo e valorizando as suas origens.

“Vencer o Drag Race Brasil foi algo para além da realização de um sonho, foi a certeza de que é permitido sonhar, que pessoas como eu podem alcançar todos os lugares que elas desejam. Definitivamente, eu não venci essa competição sozinho, eu venci com todas as pessoas pretas, pobres e periféricas que chegaram aqui comigo, além de toda a cena drag local e nacional, que sempre foi muito desvalorizada”, afirma a queen, nascida e criada em Coelho Neto, Zona Norte do Rio.

Ira Barillo/Divulgação - Organzza, vencedora da primeira temporada do reality show Drag Race Brasil

Consolidação da jornada

Artista visual, performer, figurinista e modelo são alguns dos ofícios que Vinícius acumula em sua trajetória artística, que começou no teatro. A arte drag veio em 2018, com sua primeira montação. De lá para cá, Organzza já ganhou diversos concursos, fez participação na novela Verão 90 e no videoclipe Dia D, de Clarice Falcão, e é figurinha conhecida na noite carioca e paulistana, se apresentando em festas como a V de Viadão, Drag Brunch e a Realness, onde já abriu shows de drags como Mo Heart e Miz Cracker.

“Hoje, ser a primeira vencedora, carregando o que eu carrego e representando o que eu represento é, de fato, a consolidação de tudo o que eu fiz para chegar até aqui. E seguirei firme no meu propósito”, afirma o artista carioca, que também integra o coletivo Casa de Cosmos, da cena ballroom do Rio de Janeiro.

Durante a temporada do Drag Race Brasil, Vinícius Andrade conheceu mais de 10 estados brasileiros se apresentando em festas e eventos. Antes do programa, ele nunca tinha sequer andado de avião. Agora, com a agenda de shows cheia, quer conhecer mais lugares Brasil afora e almeja que a primeira temporada tupiniquim do reality show consagrado mundialmente por RuPaul fortaleça as cenas drag locais por todo o país.

“A arte drag sempre foi muito desvalorizada no Brasil, diferente de como é lá fora, então, espero que o programa tenha mostrado a importância e a riqueza da nossa arte, e que tenha despertado no público o desejo de acompanhar mais de perto a cena drag”, afirma.

Brasília

Entre os destinos que Organzza pretende desbravar está Brasília. Vinícius contou ao Correio que nunca esteve na capital, mas conhece muitas pessoas da cena drag e, especialmente, da cena ballroom, como Simone Demoqueen, Drag Queen Legendary Overall Mother da Casa de Laffond do capítulo Distrito Federal. "Inclusive, ela participou comigo do Calendrag, do Distrito Drag, em 2022, que teve temática de filmes. Eu fiz a foto de dezembro, que foi inspirada no filme O auto da Compadecida. Foi uma experiência incrível", acrescentou.

Entre as drags da cena, Vinicius também conhece a Naomi Leakes, Adora Black e, durante o programa Drag Race Brasil, teve uma relação muito próxima com a brasiliense Rubi Ocean — drag queen de Taguatinga que representou o cerrado na competição. "Ainda não fui à cidade, mas recebo, todos os dias, pedidos para ir. Então, em 2024, certamente quero levar a minha nova turnê para o cerrado e me apresentar por aí", garantiu.

 

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