Nesta terça-feira (26/12), Jarbas Alves, ex-baixista e um dos fundadores da banda Ratos de Porão, morreu aos 60 anos. Conhecido pelo nome Jabá, o músico enfrentava problemas nos rins nos últimos meses. No entanto, a causa oficial da morte não foi revelada. A notícia oficializou com a publicação feita no perfil do grupo nas redes sociais, com uma mensagem de despedida, sem dar maiores detalhes sobre a causa da morte ou velório do músico.
O guitarrista do Ratos de Porão, Jão, falou sobre a morte nas redes sociais. “Meu irmão da vida inteira se foi, meu querido Jarbas nos deixou, descanse em paz irmão”, escreveu. Em setembro deste ano, os integrantes da banda Ratos de Porão pedira ajuda financeira para a internação de Jabá. João Gordo e o perfil da banda nas redes sociais lamentaram a morte. "Querido irmão, descanse em paz", publicaram.
Jabá foi um dos membros originais do Ratos de Porão, grupo formado em 1981 pelos primos Jão, vocalista, e Betinho, o baterista. Jabá seguiu como baixista da banda até 1993. Após a saída do icônico grupo pun, o baixista ainda tocou com Jão na banda Periferia S.A., em 2004.
Amigos lamentam
O amigo de anos, Márcio, vocalista da banda Os Maltrapilhos, admira o baixista antes mesmo de o conhecer e desde muito jovem. "Escuto o Ratos de Porão desde os meus 14 anos de idade. Mas o meu primeiro contato com eles foi apenas em 2012, há 14 anos atrás. Trouxe eles para tocar aqui no aniversário de 18 anos da banda, lá no Toinha Bar, em Samambaia", conta, em entrevista ao Correio, o vocalista. Márcio reflete sobre a significância de Jabá para o punk rock nacional: "De grande valia, né? O cara era um dos membros fundadores do Ratos de Porão. Desde sua saída, ele nunca foi esquecido, sempre estava no meio ali da cena, em São Paulo".
Entre os colegas de profissão e admiradores, Túlio, vocalista da banda DFC, conta da relevância que Jabá tem no universo musical brasileiro. "Por ser do Ratos de Porão e por ser dessa primeira geração dos punks aqui do Brasil, foi bem determinante, não só pela presença dele na banda, mas pelo próprio estilo de tocar dele, que era muito forte. Ele sempre tocou o baixo com uma palhetada muito característica e acho que influenciou muita gente. Eu além de cantar no DFC, também toco baixo em outras bandas, e é um cara que me inspirou bastante ali na pegada dele, que tem a ver com o estilo musical. Eu encontrei e tive o prazer de encontrar com ele várias vezes aí nos palcos, e era sempre uma pessoa muito receptiva com a gente, ele que tinha um histórico meio de malandrão, mas com a gente que era fã, ele respondia muito bem", diz o músico.
O vocalista ressalta também a importância do Ratos de Porão na formação de bandas como DFC. "Os Ratos de Porão sempre foram, talvez, a principal influência pra gente, não só pro DFC, mas acho que pra todo mundo do hardcore da nossa época, né?". Além de inspiração, as duas bandas tiveram a oportunidade de compartilharem espaço nos palcos. "A gente teve a felicidade ainda de tocar com o Ratos de Porão ainda com o Jabá no baixo. Tocamos aqui em Brasília algumas vezes, em Goiânia, em São Paulo, e também no Rio."
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