Cinema

Diretores que estiveram no Festival de Brasília falam sobre novos projetos

Com propostas inovadoras, os diretores presentes na seleção do Festival de Cinema adiantam para o Correio os futuros projetos. Num panorama do evento, encerrado na madrugada de domingo, se destacaram a valorização de artistas negros e a afirmação de profissionais mulheres

selo festival de brasilia do cinema brasileiro -  (crédito: pacifico)
selo festival de brasilia do cinema brasileiro - (crédito: pacifico)
postado em 18/12/2023 06:00 / atualizado em 18/12/2023 16:02

Num ambiente que privilegiou vozes diversificadas e, por vezes, marginalizadas, a 56ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro alinhou criações de sete diretores na disputa pelos prêmios Candango, que foram entregues em cerimônia do Cine Brasília (EQS 106/107), encerrada na madrugada de ontem. Descolada da vitória, ou não, a trajetória de todos eles tem sequência para novos projetos efetivados ou em desenvolvimento. O Correio conferiu os próximos passos de cada realizador.

Premiado pelo melhor filme, Mais um dia, Zona Norte, o carioca Allan Ribeiro, que tratou de redimensionar personagens da vida real quando descolados da batalha do dia a dia no ambiente profissional, não faz segredo sobre alguns aprendizados frutos do contato com o mestre Eduardo Coutinho (morto em 2014) — o realizador, por sinal, estampa o tema do futuro curta de Ribeiro, Eu fui assistente do Eduardo Coutinho. "Me sinto muito influenciado por ele. Imagino que, para todo cineasta, seus filmes são aulas de como ser simples e sofisticado ao mesmo tempo na construção de linguagem. Não quero antecipar nada do curta, ainda inédito no Brasil. Ele estreará em festivais do primeiro semestre de 2024", comenta.

À frente do primeiro filme apresentado na Mostra Competitiva, No céu da Pátria nesse instante, a carioca Sandra Kogut, destacada em prêmio especial do júri, vai retomar a estrada de ficção depois de ter exibido um filme sobre a construção de tensões em meio às eleições de 2022. "No momento, trabalho no roteiro de uma espécie de continuação de Três verões, e que chegou ao circuito bem no momento da pandemia. Viajei com o filme, e, nos debates, as pessoas falavam que queriam mais verões ou invernos. Queriam continuar com os personagens (empregados que ficam emaranhados em tramoias de patrões corruptos). A nova história está muito legal: são aqueles personagens, durante os anos Bolsonaro. A Regina Casé está garantida e animada para protagonizar Nova Cancún, que filmaremos em 2024", explica a realizadora.

Na defesa de espaço por representações LGBTs no cinema, o diretor Lufe Steffen trouxe para o festival um musical inédito: Nós somos o amanhã. Ele adianta que o próximo longa já está filmado, e é um documentário chamado Uma breve história da imprensa LGBTQIA no Brasil, que está em fase de edição, com possibilidade de estar pronto em meados de 2024. "Ele tem uma estrutura parecida com o longa São Paulo em Hi-Fi, sobre a noite LGBT, nos anos de 1960, 1970 e 1980. No novo filme, a história começa nos anos 1950 e chega até os anos 2000, com a era da internet", adianta. Na linha do tempo, despontam jornais, revistas e fanzines com publicações como Lampião da Esquina, Sui generis e a G Magazine, até a eclosão de sites como Mix Brasil. Em destaque, figuras como Aguinaldo Silva e João Silvério Trevisan.

Realizador mineiro que desenvolveu o roteiro vencedor de Candango, com o longa sobre amor O dia que te conheci, André Novais Oliveira viu ainda premiados os atores centrais (Grace Passô e Renato Novais), tendo conquistado o prêmio especial Zózimo Bulbul (com o melhor longa). "O meu próximo filme se chama Se eu fosse vivo, viveria. Começaremos a pré-produção no primeiro semestre de 2024 — ele tem roteiro e direção minhas, estamos montando a equipe agora. O longa fala de luto e é uma ficção", comenta.

Bastante premiado em território candango, no mais tradicional festival de cinema do Brasil, o realizador de Cartório das almas (vencedor do prêmio do júri popular e ainda da melhor direção de arte e edição de som), Leo Bello conta que dará sequência a projetos em desenvolvimento de roteiro de longa de ficção. "Estou com vários, em paralelo. Há uma série, na qual trabalho pela segunda temporada, que será filmada no sertão. Chama A sustentável leveza do ser e trata de sustentabilidade, natureza e biomas", explica, ao lembrar que a primeira etapa foi realizada na Chapada dos Veadeiros.

A partir de uma afinada e longeva parceria, os realizadores Ernesto de Carvalho e Ariel Kuaray Ortega, que conquistaram prêmios Candango de melhor direção e de roteiro de temática afirmativa com o filme de produção indígena A transformação de Canuto, têm caminhos por desbravar a partir de 2024. Antigo morador de Brasília, Ernesto assumirá a edição de um filme que rodou no Recife. "É um documentário que trata da criatividade de pessoas posicionadas em diferentes locais de Pernambuco. Fui oficineiro e estou como editor de um longa feito em forma de coletivo, indígena", conta.

Encampando a diversidade de reflexões étnicas, Ariel Kuaray fala da visão de futuro profissional. "Nossa forma de trabalho, culturalmente, vem da inspiração como realizador indígena. O cinema, para mim, está meio numa busca da espiritualidade", diz Kuaray.

Os números
Descontada a presença das equipes dos filmes, a mostra Competitiva contabilizou 2818 ingressos vendidos e a Mostra Brasília teve 2232 entradas entregues. Ao todo, o evento teve adesão de 12 mil pessoas.


"O espaço não foi acessível, além disso, tivemos 49% dos filmes sem legenda, 100% sem uso da comunicação em Libras (língua dos sinais) e 26,5% dos títulos não contou com audiodescrição. Em termos de acessibilidade, havia promessa de aplicativo que não funcionou.
Pelo menos, 30 espectadores PcDs foram prejudicados. Houve regressão na festa"

Bia Cruz, cineasta e deficiente

"Num evento cuja organização leva entre 120 e 150 dias para a realização, nesta edição tivemos que concentrar os trabalhos em 44 dias. Avalio que a gente fez a melhor e maior entrega de todos os festivais de cinema de Brasília, como o evento merece. Houve evolução tecnológica. confesso que sentimos alguns problemas em encaixes de horário de sessão. Tivemos algumas vírgulas, mas nós entregamos grandes e maravilhosos pontos finais"

Fernando Borges, diretor geral do festival

Um ponto muito baixo

Sob a justificativa dos eventos polêmicos que cercaram o filme programado para o encerramento, Raoni — Uma amizade improvável, houve a exclusão da sessão, decidida muito em cima da hora. Sem presença do diretor belga Jean-Pierre Duttileux e do cacique Raoni, para debaterem a obra e mesmo as desavenças pessoais, quem pagou o pato foi o público.

"O grande desafio do cinema brasileiro é encontrar o público, que parece ter se desconectado de uma maneira muito forte no cinema nacional. Temos que resgatar essa conexão, talvez regionalizando o caminho da distribuição, fazer lançamentos, de praça em praça, como Carla Camurati fez com o Carlota Joaquina, na retomada"

Robledo Milani, crítico de cinema

"Achei maravilhoso e emocionante ver o longa No céu da Pátria nesse instante. Ele toca muito na gente, porque foi um fato assustador para a sociedade, mesmo a entendendo polarizada, notar o que se passou no 8 de janeiro"

Betânia Victor, realizadora

"Vi o longa sobre Hugo Rodas (Rodas de gigante), e fiquei sem palavras. Quando ele diz que ele não é brasiliense, mas candango, tive certeza disso. A jornada dele é de candango, como Vladimir Carvalho, Afonso Brazza, seu Lourival (dono da primeira banca de jornais da capital). Rodas, Nicolas Behr e o poeta Paulo Kauim são energias que me interessam, como brasiliense, numa outra geração. Rodas é um cara que veio outro país, ampliando a proposta da construção de Brasília"

Alex Vidigal, produtor de cinema

"Na mostra competitiva, não vi obras que traçassem um apontamento, e o curta é o lugar do experimento. Não vi a inquietação de alguma questão que esteja brotando, coletivamente, em torno da experiência de fazer filme e da própria experiência como como ser social. Na Mostra Brasília, o filme de Francisco Rios (Estrela da tarde), mesmo sem trazer nada de novo, em termos de linguagem, veio com ousadia especulativa, no uso cinematográfico"
William Alves, diretor e idealizador do Festival Taguatinga de Cinema

"Acho que a gente não pode só colocar essa noite como histórica, pela premiação dos artistas negros, tem que se colocar como uma noite a ser repetida. Há a questão da afirmação, mas, ao mesmo tempo, dados de normalização. Tenho a certeza de que a gente não vai parar"

Renato Novais, ator premiado por O dia que te conheci


"A escalada na noite de premiação é um espelho do que está acontecendo nas manifestações artísticas brasileiras: existe uma produção de arte negra no Brasil que, definitivamente, vem contribuindo para uma sociedade mais consciente da sua identidade. Nisso se apresenta uma produção extensa e muito consistente. Temos que repensar a nossa memória e criar outra oficialidade dela

Grace Passô, atriz premiada por O dia que te conheci

"Rodas de gigante é um filme de amor, que valoriza a arte artesanal que é o teatro e todo o potencial que ele tem de convivências profundas e relações contundentes"
Catarina Accioly, realizadora

"Não quero ir embora (de Brasília e do Festival). Quando filmamos, tendo a sacralidade do rio Ganges no quintal do set, pensei o que seria sagrado para mim?... Contar histórias"

Thales Cabral, premiado melhor ator pelo longa Ecos do silêncio (na Mostra Brasília)


Alguns brilhos


O reconhecimento do diretor GG Fákòlàdé, do curta Remendo, premiado ainda pelos críticos Abraccine, e pela atuação de Elídio Netto.

Rodas de gigante trouxe o primeiro Candango, na extensa carreira da atriz e cineasta Catarina Accioly.

O resultado da parceria entre Santiago Dellape e a diretora Edileuza Penha de Souza, com o aclamado curta Vão das almas (vencedor do prêmio de júri popular).

A consagração suprema de Antonio Pitanga, ainda que numa noite de abertura exaustiva, com homenagens demasiadamente concentradas na programação de horário que desgastou o público.

A efetiva afirmação do cinema negro no Brasil, com diversas premiações que alcançaram produções como Erguida, de Jhonnã Bao, uma "travesti retinta da periferia", como ela disse.

A vitrine para vários "cinemas possíveis", entre os quais os brotados de iniciativas como a do Vídeo nas Aldeias, que rendeu norte para o premiado longa A transformação de Canuto.

A ausência de convidados premiados, como a melhor atriz coadjuvante Valéria Silva, gari e dançarina de charme que não obteve dispensa para acompanhar o evento.

A valorização de artistas instigantes como DJ Machintal (da trilha sonora de Helena de Guaratiba) e Catapreta (premiado pelo roteiro do curta Dona Beatriz Ñsîmba Vita).


LISTA DE PRÊMIOS DO 56º FESTIVAL DE BRASÍLIA
MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL LONGAS | Troféu Candango

Longas-metragens

Melhor LONGA-METRAGEM Júri Oficial

MAIS UM DIA, ZONA NORTE, de Allan Ribeiro

Melhor LONGA-METRAGEM Júri Popular

CARTÓRIO DAS ALMAS, de Leo Bello

Melhor DIREÇÃO

ARIEL KUARAY ORTEGA E ERNESTO DE CARVALHO, por A Transformação de Canuto

Melhor ATOR

RENATO NOVAIS, por O Dia Que Te Conheci

Melhor ATRIZ

GRACE PASSÔ, por O Dia Que Te Conheci

Melhor ATOR COADJUVANTE

VICTOR VEIGA, por Mais Um Dia, Zona Norte

Melhor ATRIZ COADJUVANTE

VALERIA SILVA, por Mais Um Dia, Zona Norte

Melhor ROTEIRO

ANDRÉ NOVAIS OLIVEIRA, por O Dia Que Te Conheci

Melhor FOTOGRAFIA

CAMILA FREITAS, por A Transformação de Canuto

Melhor DIREÇÃO DE ARTE

MAÍRA CARVALHO, por Cartório das Almas

Melhor TRILHA SONORA

ALLAN RIBEIRO E TIBOR FITTEL, por Mais Um Dia, Zona Norte

Melhor EDIÇÃO DE SOM

OLIVIA HERNANDEZ, por Cartório das Almas

Melhor MONTAGEM

RENATA BALDI E SANDRA KOGUT, por No Céu da Pátria Nesse Instante

Melhor ROTEIRO DE TEMÁTICA AFIRMATIVA

ARIEL KUARAY E ERNESTO DE CARVALHO, por A Transformação de Canuto

PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI

NO CÉU DA PÁTRIA NESSE INSTANTE, de Sandra Kogut

MENÇÃO HONROSA

SILVIO FERNANDES Mais Um Dia, Zona Norte

 

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL CURTAS | Troféu Candango

Melhor CURTA-METRAGEM Júri Oficial

PASTRANA, de Gabriel Motta e Melissa Brogni

Melhor CURTA-METRAGEM Júri Popular

VÃO DE ALMAS, de Edileusa Penha e Santiago Dellape

Melhor DIREÇÃO

GG FÁKÒLÀDÉ, por Remendo

Melhor ATOR

ELÍDIO NETTO, por Remendo

Melhor ATRIZ

JHONNÃ BAO, por Erguida

Melhor ROTEIRO

CATAPRETA, por Dona Beatriz Ñsîmba Vita

Melhor FOTOGRAFIA

PEDRO RODRIGUES, por Helena de Guaratiba

Melhor DIREÇÃO DE ARTE

CARMEN SAN THIAGO, por Cáustico

Melhor TRILHA SONORA

DJ MACHINTAL, por Helena de Guaratiba

Melhor EDIÇÃO DE SOM

DAVID NEVES, por Axé Meu Amor

Melhor MONTAGEM

BRUNO CARBONI, por Pastrana

Melhor ROTEIRO DE TEMÁTICA AFIRMATIVA

JHONNÃ BAO, por Erguida

MENÇÃO HONROSA

CIDADE BY MOTOBOY, de Mariana Vita

VÃO DAS ALMAS, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape

 

MOSTRA BRASÍLIA | 25º Troféu Câmara Legislativa

Melhor LONGA-METRAGEM Júri Oficial

RODAS DE GIGANTE, de Catarina Accioly

Melhor CURTA-METRAGEM Júri Oficial

INSTANTE, de Paola Veiga

Melhor LONGA-METRAGEM Júri Popular

NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

Melhor CURTA-METRAGEM Júri Popular

NADA SE PERDE, de Renan Montenegro

Melhor DIREÇÃO

CATARINA ACCIOLY, por Rodas de Gigante

Melhor ATOR

THALLES CABRAL, por Ecos do Silêncio

Melhor ATRIZ

ROBERTA RANGEL, por Instante

Melhor ROTEIRO

ROBERTA RANGEL, PAOLA VEIGA e EMANUEL LAVOR, por Instante

Melhor FOTOGRAFIA

KRISHNA SCHMIDT E ANDRÉ CARVALHEIRA, por Ecos do Silêncio

Melhor DIREÇÃO DE ARTE

JOÃO CAPOULADE, JULIET JONES E SARAH GUEDES, por O Sonho de Clarice

Melhor TRILHA SONORA

CESAR LIGNELLI, por O Sonho de Clarice

Melhor EDIÇÃO DE SOM

FERNANDO VIEIRA E FRANCISCO VASCONCELOS, por O Sonho de Clarice

Melhor MONTAGEM

SÉRGIO AZEVEDO, por Rodas de Gigante

Menção Honrosa do Júri

ESTRELA DA TARDE, de Francisco Rio

NADA SE PERDE, de Renan Montenegro

NÃO EXISTE ALMOÇO GRÁTIS, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel

 

PRÊMIOS ESPECIAIS

Prêmio Zózimo Bulbul

entregue pela Associação dos Profissionais do Audiovisual Negro (Apan) e pelo Centro Afrocarioca de Cinema para os filmes que têm o corpo negro na frente e por trás das câmaras e pela inovação estética e narrativa na abordagem de subjetividades negras

Melhor curta-metragem: ERGUIDA, de Jhonnã Bao

Melhor longa-metragem: O DIA QUE TE CONHECI,de André Novais

Menção Honrosa: A CHUVA DO CAJU, de Alan Scharvsberg

Prêmio Abraccine

entregue pelo Júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine)

Melhor longa-metragem: MAIS UM DIA, ZONA NORTE, de Allan Ribeiro

Melhor curta-metragem: REMENDO, de GG Fák?`làdé

Troféu Saruê

Entregue pela equipe do Correio Braziliense para o melhor momento, filme ou personalidade no Festival de Brasília

RODAS DE GIGANTE, de Catarina Accioly

Sob a justificativa:

"Antes de um luto coletivo, que envolveu gerações de admiradores e artistas, sob intensa intimidade e confiança, um mestre entregou o legado de aprendizados e ensinamentos ao longo de quatro anos para que refletissem no cinema. Sem registros dolorosos, ele se despediu nas telas da cidade em que mais amou e foi amado. Na roda de afetos, pelo esforço de uma artista, o horizonte é de perpetuação para a arte de Hugo Rodas. Gostaríamos de chamar ao palco a diretora de Rodas de Gigante, Catarina Accioly, para que receba seu prêmio"

Prêmio Canal Brasil

entregue pela emissora para o melhor curta-metragem, que passará a integrar a grade de programação do canal

PASTRANA, de Gabriel Motta e Melissa Brogni

Prêmio Like

prêmio em dinheiro, com apoio de mídia e publicidade em veiculação entregue pela emissora ao filme reconhecido como melhor longa-metragem pelo Júri Oficial

MAIS UM DIA, ZONA NORTE, de Allan Ribeiro

 

 


 

  • Palco do resultado de prêmios do 56o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: conjunto de vencedores de Candango
    Palco do resultado de prêmios do 56o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro: conjunto de vencedores de Candango Foto: Bene Franca / Divulgação
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