CINEMA

Festival de Brasília: Amor e ancestralidade marcam quinto dia de evento

O antecipado ‘O dia que te conheci’ foi o longa-metragem da noite. Temas como amor, masculinidades e ancestralidades foram o foco da noite

Elenco do longa O dia em que te conheci -  (crédito: Pedro Ibarra/CB/DA Press)
Elenco do longa O dia em que te conheci - (crédito: Pedro Ibarra/CB/DA Press)
postado em 13/12/2023 22:22

O quinto dia de Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcado pela exibição de filmes de temas distintos nesta quarta-feira (13/12). As produções que fizeram parte do quarto dia da Mostra Competitiva Nacional exploraram narrativas que tratam do amor, masculinidades e ancestralidade.

Em uma das noites mais aguardadas do festival, o público da capital lotou a sala de cinema do Cine Brasília para assistir o elogiado longa-metragem O dia que te conheci, do diretor André Novais.

O longa da noite tem uma relação especial com o Festival para fora das telas. Esta não é a primeira vez da produtora Filmes de Plástico no evento. Na verdade, eles estrearam em 2011 com um curta e já tiveram oportunidade de ser premiados em anos distintos no Cine Brasília. Na 56ª edição eles chegam com o filme O dia que te conheci para mais um ano.

Ao Correio, o diretor elogia o festival e o público frequentador. “É um festival que tem forte a questão política e os debates, o que é muito importante. Sem contar que o público é a cara da cinefilia”, aponta.

A narrativa conta a história de um bibliotecário que se apaixona por uma mulher nos trajetos de ônibus para a cidade vizinha, onde os dois trabalham. “Este é um filme que fala de amor e foi feito com muito carinho”, diz Novais Oliveira.

Para a produção do filme, um dos poucos que já estão rodando o circuito nacional de festivais e que fazem parte desta Mostra Competitiva Nacional, é importante dar espaço para histórias e pontos de vista distintos em festivais como o de Brasília. “Este é um filme de periferia, com personagens pretos e que tenta representá-los de maneira menos estereotipada, tudo isso é muito político”, explica.

Representante do renascimento do cinema alagoano, Leonardo Amorim trouxe ao festival o curta Queima minha pele para a mostra nacional competitiva. Para ele, “é uma sensação muito boa” estar no Festival de Brasília de Cinema Brasileiro. Em 2017, o curta As melhores noites de Veroni, dirigido por Ulisses Arthur, foi a primeira produção do estado de Alagoas a participar do Festival depois de décadas.

“Isso marca também o momento que o cinema alagoano está, cada vez mais presente em grandes festivais, tanto no Brasil quanto no mundo”, afirma Amorim.

A produção traz reflexões sobre masculinidade e desejos a partir da relação entre três homens — “sem mocinhos e sem vilões”, como define o diretor. “É um curta que apresenta três personagens masculinos que tentam lidar com o que eles desejam realmente fazer e com a performance de masculinidade que eles têm que aplicar ou se aproveitar”, explica Leonardo.

Veterano de Festival de Brasília de Cinema, Catapreta estreou o curta Dona Beatriz Ñsîmba Vita durante a Mostra Nacional Competitiva desta quarta. Inovador, o filme conta a história de Kimpa Vita, heroína congolesa do século 17.

“É uma personagem muito incrível, mas que pouca gente no Brasil ouviu falar ou conhece”, destaca Catapreta. “A gente precisa dessas narrativas deslocadas de Cristóvão Colombo e Pedro Álvares Cabral. Acho que cabe a nós, produtores de cultura, buscar essas histórias com alternativas históricas e religiosas.”

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