O filme Wonka, um spin-off do sucesso global A Fantástica Fábrica de Chocolate, que conta sobre juventude de Willy Wonka, estreia em telas de cinema de todo o mundo nesta semana. No Reino Unido, o longa será lançado na sexta-feira, 8, mas antes mesmo desta data algumas lojas britânicas já contavam com o "chocolate Wonka" em suas prateleiras - apesar de o produto não ser mais fabricado há vários anos, de acordo com a imprensa britânica.
Na segunda-feira, 4, a Food Standards Agency (FSA), agência governamental do Reino Unido para proteção de alimentos, emitiu um alerta para os britânicos não comprarem "chocolates Wonka", pois são uma marca falsa. Em comunicado, a FSA sublinhou que os doces podem não ser seguros para consumo, pois existe a possibilidade de serem "fabricadas ou reembaladas por empresas não registradas ou por criminosos que não cumprem as leis de higiene, rotulagem e rastreabilidade".
"Com o Natal chegando, não desperdice seu dinheiro em chocolates de marcas falsas para seus filhos, amigos ou familiares - você não receberá o que pensa que está pagando e não sabe o que há neles. Pode haver um risco à segurança alimentar, especialmente para pessoas com intolerâncias ou alergias alimentares", declarou Tina Potter, chefe de Incidentes da FSA.
Esta não foi a primeira vez que o governo britânico precisou avisar a população sobre chocolates falsos com a marca do excêntrico personagem Willy Wonka. Em abril de 2022, poucos dias antes da Páscoa - outro feriado em que os doces são um dos carros-chefes entre os presentes - a FSA emitiu outro alerta sobre a venda de chocolates falsificados com o slogan Wonka.
Antes disso, em 2013, em Manchester, no noroeste da Inglaterra, uma mulher comprou uma barra Wonka e para sua surpresa, dentro da embalagem, assim como no filme, havia um bilhete dourado que dava direito a uma visita à fabrica de chocolate. Ao procurar saber como e quando ela poderia realizar tal visita, ela descobriu que a marca era falsa, e o bilhete também.
O chocolate do filme Wonka de fato existe?
A marca de chocolates do excêntrico Willy Wonka foi criada dentro da obra ficcional e, até o primeiro filme ser produzido, as barras não existiam na vida real. O livro que deu origem ao longa, Charlie and the Chocolate Factory, de Roald Dahl, foi publicado nos Estados Unidos em 1964 e adaptado para o cinema em 1971.
Foi então que a barra ganhou vida - na época, com a alimentícia norte-americana Quaker Oats. De acordo com uma reportagem do The New York Times em 2017, ao contrário do filme, os chocolates da vida real não foram exatamente um sucesso. Um erro na fórmula do doce fazia com que ele derretesse muito rápido e a ideia não vingou.
Foi a partir disso que a marca passou por idas e vindas. Assim como o personagem Willy Wonka já ganhou vida com diferentes atores (Gene Wilder, em 1971, Johnny Deep, em 2005, e Thimothée Chalamet, em 2023), a barra de chocolate Wonka já foi propriedade de diferentes empresas.
A marca foi comprada pela Nestlé em 1988 e em 1993 a empresa a renomeou como Willy Wonka Candy Company. Em 2005, no lançamento da segunda versão do filme, dirigido por Tim Burton, a Nestlé chegou a realizar uma ação promocional semelhante à da narrativa ficcional - bilhetes dourados, que equivaliam a prêmios, foram colocados aleatoriamente em cinco barras de chocolate.
Ao longo dos anos, o doce foi lançado em diferentes sabores e embalagens e chegou a ser vendido no Reino Unido, nos Estados Unidos, no Japão e na Austrália. No Brasil, nunca foi vendida. A marca foi descontinuada pela Nestlé em 2014 e, em 2018, vendida para a italiana Ferrero, que ainda é proprietária.
Procurada pelo Estadão, a Fererro esclareceu que "qualquer produto que esteja no mercado e que não inclua referência à Ferrero ou à sua empresa relacionada, a Ferrara Candy Company, pode ser retirado do mercado".
De acordo com a imprensa britânica, atualmente é difícil encontrar algum doce da marca para a venda. Em lojas online como a Amazon, porém, há réplicas de embalagens e do bilhete dourado - que apesar de levarem o nome "Wonka", não dão direito a visitas na "fantástica fábrica de chocolate".
Saiba Mais
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br