Poesia

Rodoviária é tema de livro de Nicolas Behr e Paulino Aversa

Paulino Aversa e Nicolas Behr fizeram parceria para perpetuar, em poesia e imagens, um dos lugares mais icônicos da cidade

Nicolas Behr na Rodoviária: poesia no coração da cidade -  (crédito: SERGIO LIMA)
Nicolas Behr na Rodoviária: poesia no coração da cidade - (crédito: SERGIO LIMA)
Giovanna Kunz*
postado em 07/12/2023 11:01 / atualizado em 07/12/2023 11:12

Marco zero de Brasília, a Rodoviária do Plano Piloto se tornou personagem na obra Rodô — Poesia passageira, poemas sem destino, do artista plástico Paulino Aversa e do poeta Nicolas Behr. Como o livro enaltece a movimentação do local, eles optaram por lançar o livro na Rodoviária nesta quinta-feira (7/12) e distribuir exemplares gratuitamente. "A Rodoviária é um local onde tudo acontece, é o encontro de tudo. É o lugar de Brasília que se assemelha a outras cidades do Brasil", diz Nicolas Behr.

Voltado para a poesia marginal, Nicolas Behr se mudou para Brasília adolescente e a paixão pela cidade foi tanta que ela se tornou a musa de algumas obras do escritor. "Muita gente não sabe, mas a Rodoviária foi criada por Lúcio Costa, a maior obra horizontal que ele fez para a cidade. É um lugar de muitas informações, quando eu não tinha carro e andava de ônibus eu passava mais tempo lá e adorava aquela atmosfera", conta o poeta.

Os artistas exprimiram a relação deles com a Rodô nas 80 páginas do livro. As ilustrações de Paulino Aversa complementam os poemas de Nicolas Behr sobre o espaço. O ilustrador nasceu em Brasília no ano de fundação da cidade e conta a história do local através dos desenhos. "Brasília e a Rodoviária são temas muito presentes no começo da minha obra. Sempre fiz trabalhos sobre a Rodoviária porque é um lugar que eu acho que representa muito a Brasília de verdade", ressalta Paulino Aversa.

A parceria entre o poeta e o ilustrador é um desejo antigo de ambos. Apesar de trabalharem com artes diferentes, o fascínio pela capital do país une os dois. "Eu tenho uma carreira paralela a do Nicolas, eu sempre pintei a cidade. Ele pegou os poemas dele sobre a Rodoviária e eu coloquei algumas imagens que eu tinha de lá, vários trabalhos que fiz em 30 anos sobre o local. São todos, na sua maioria, em desenho. Foi muito legal fazer esse trabalho e eu sempre soube que um dia eu ia trabalhar com o Nicolas", relata o ilustrador.

Como a Rodoviária é um espaço urbano frequentado por pessoas de realidades totalmente distintas, eles optaram por distribuir os livros lá para as pessoas que não têm o costume de consumir tanta literatura terem acesso. "A gente vai distribuir lá na rodoviária, as pessoas não têm muito hábito de comprar livros e a ideia sempre foi de distribuir grátis para levar a poesia ao povo. Eu acho que vai ser uma experiência muito interessante", diz Paulo Aversa.

Apesar dos artistas prezarem por levar a cultura para todos os públicos, Nicolas ressalta que não mudou a forma como faz poesia para agradar um público específico. "Queremos levar o livro para os usuários de transporte público, mas, apesar dos poemas serem simples, não usei uma linguagem que deixasse de ser requintada", define Behr.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco


Serviço

Rodô — Poesia passageira, poemas sem destino na Rodoviária do Plano Piloto

Lançamento nesta quinta-feira (7/12), às 16h, próximo à entrada do metrô na Rodoviária

 

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