MÚSICA

Hotel cancela reserva a Roger Waters, após queixas de israelenses

O músico é abertamente crítico ao governo israelense e afirma que Israel está cometendo "limpeza étnica" contra os palestinos há 75 anos

O hotel no qual Roger Waters se hospedaria em Bogotá, na Colômbia, para sua apresentação de 5 de dezembro, cancelou a reserva do músico britânico, assim como ocorreu em Argentina e Uruguai, devido às queixas de israelenses e denúncias por seu "antissemitismo", apurou a AFP nesta quinta-feira (16/11).

"A reserva foi cancelada, mas isto não afeta o show" de 5 de dezembro, disse um responsável pela logística que levará o ex-Pink Floyd à capital colombiana.

A rede de hotéis americana Four Seasons, onde Waters ficaria hospedado, limitou-se a dizer à AFP que "não tinha detalhes" sobre essa informação.

Waters está na América do Sul para percorrer diversos países com sua turnê de despedida "This is Not a Drill", que coincidiu com a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.

O músico é abertamente crítico ao governo israelense e afirma que Israel está cometendo "limpeza étnica" contra os palestinos há 75 anos.

Seus comentários foram considerados como antissemitas por comunidades judaicas. Hotéis de Buenos Aires e Montevidéu, onde Waters se apresenta nesta sexta-feira e na próxima semana, se recusaram a recebê-lo.

O músico falou da existência de um suposto "lobby israelense" para impedir sua estadia nessas cidades, em entrevista ao jornal argentino Página 12.

"Organizaram este boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas que vêm contando sobre mim", disse o artista de 80 anos.

Na Argentina, Waters foi denunciado por um cidadão particular por "incitação ao ódio racial e apologia ao crime".

O embaixador de Israel em Bogotá, Gali Dagan, replicou mensagens na rede social X (antigo Twitter) tachando Waters de "antissemita".

Dias atrás, em uma conversa com o jornalista americano Glenn Greenwald, o músico britânico acusou Israel de exagerar a magnitude do ataque do Hamas no sul do país em 7 de outubro.

Essa ofensiva, que deixou pelo menos 1.200 mortos, sobretudo civis, e 240 reféns sequestrados segundo as autoridades israelenses, desencadeou uma campanha de bombardeios sem precedentes contra a Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007. Mais de 11.500 palestinos morreram nessa represália, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.

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