ARTE

Fotógrafo brasiliense Doka expõe coletânea de fotografias ‘MARCO.0’

As fotos que retratam a arte urbana serão expostas neste domingo (12/11) durante a comemoração de três anos do Studiozin Criativo

Para celebrar três anos do Studiozin Criativo, neste domingo (12/11), às 15h, o espaço preparou um evento com música ao vivo, oficinas de artes — para crianças e adultos — e exposições artísticas. Entre as exposições disponíveis no dia está a coletânea de fotografias intitulada MARCO.0, do fotógrafo brasiliense Doka.

A coletânea de Doka reúne fotos de duas exposições do artista, Acossados e Os 4 pilares. Ambas as coleções levantam debates sobre a arte urbana do Distrito Federal. “Acredito que o público possa esperar uma exposição modesta em estrutura, mas extremamente importante em mensagem. Acredito que o público não deva esperar uma exposição harmônica e limpa, pelo contrário. Meu objetivo não é confortar as pessoas através das minhas fotografias, mas causar um incômodo. Acredito que acima do conforto que o hip hop possa causar nas pessoas, o movimento tem um objetivo maior: expressar o incômodo com as falhas da sociedade, principalmente do Estado brasileiro”, relata Doka.

Acossados retrata o preconceito que envolve o picho e o grafite, artes que se assemelham e recebem diferentes tratamentos pela Legislação federal. A mostra Os 4 pilares apresenta Mc’s, B-Boys, grafiteiros/pichadores e Djs da cidade para homenagear artistas dos quatro elementos do hip hop. “Minha intenção é incomodar o público que, sem contestar, considera o grafite uma arte e enxerga o pixo como um crime — feito sem nenhum propósito além de ‘poluir’ visualmente os muros da cidade. Quero mostrar às pessoas que o pixo é arte. Uma arte 100% política pois ela existe para marcar o espaço das pessoas na cidade. Essa coleção também denuncia que esse preconceito abre portas para crimes contra o movimento”, enfatiza o fotógrafo.

Além da galeria de exposições, o Studiozin Criativo também conta com estúdio de tatuagens e oficinas artísticas para crianças. Para Doka, espaços como esse são de extrema importância para fomentar a cultura que, mesmo com algumas iniciativas, carecem de reconhecimento. “São espaços que fomentam a produção de arte da nossa cidade porque foram criados para abrigar artistas independentes da nossa cidade. Esses lugares se tornam ainda mais relevantes por serem geridos por artistas e não por produtores que não possuem contato com a arte”, define ele.

*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel

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