Uma dualidade que passeia pela beleza e riqueza inigualável e em contrapartida por morte e destruição também. Entretanto, a grande questão é qual o Pantanal será deixado para as futuras gerações. Este é o questionamento que será proposto ao público que visitar os corredores do Congresso Nacional. O salão nobre da Câmara dos Deputados será o palco da exposição Pantanal: Herança e Legado, que estreia hoje, durante um café da manhã, e ficará aberta à visitação até 14 de dezembro.
A mostra é uma Iniciativa da Frente Parlamentar Ambientalista, da Environmental Justice Foundation (EJF) e do Instituto SOS Pantanal, e será lançada na semana do maior felino das Américas, a onça-pintada. O público será transportado para uma das maiores áreas úmidas do mundo por meio dos registros de alguns dos mais destacados fotógrafos brasileiros que documentaram as maravilhas e tragédias do bioma.
O Instituto SOS Pantanal e a Environmental Justice Foundation (EJF) têm promovido diversas ações para promover o Pantanal tanto nas capitais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul quanto na capital federal. Essas iniciativas incluem a aproximação com embaixadas, a realização de eventos, audiências públicas e a própria exposição, que será lançada hoje. "Acreditamos que todas essas são formas por meio das quais podemos atuar para inserir o bioma em discussões tanto a nível nacional quanto internacional", afirma Leonardo Gomes, diretor executivo do Instituto SOS Pantanal.
A exposição reúne registros de 12 fotógrafos de diferentes regiões do país: Edson Vandeira, Ernane Lacerda, Gustavo Figueirôa, Heideger Nascimento, Henrique Olsen, João Marcos Rosa, Larissa Pantanal, Lalo de Almeida, Luciano Candisani, Maurício Copetti, Thamys Trindade, e Ueslei Marcelino. Em 2024, a mostra se tornará itinerante e deve percorrer as capitais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, estados que compreendem a porção brasileira do Pantanal.
O Pantanal é uma joia da biodiversidade, que abriga inúmeras espécies de plantas, aves, peixes, mamíferos, répteis e anfíbios. É o lar de animais raros e ameaçados, como a ariranha, a anta brasileira e a arara-azul, entre outros. Entretanto, apesar da riqueza e valor ecológico, o bioma enfrenta ameaças relacionadas à intensificação da pecuária, expansão de monoculturas, mineração, hidrelétricas e incêndios. A exposição busca instigar a reflexão sobre o futuro, assim como despertar discussões importantes sobre maneiras de protegê-lo.
Leonardo Gomes conta que o objetivo da exposição é ampliar o debate para o centro do poder executivo do país e mostrar as maravilhas e ameaças deste bioma tão singular. "Até aqui o Pantanal apresenta um bom nível de conservação, graças a seu pulso de inundação e ao povo pantaneiro que lá se estabeleceu, desenvolvendo condições de vida adaptadas às suas nuances. Esse é um momento de reflexão e um chamado por políticas públicas, investimentos e maior atenção ao futuro deste patrimônio nacional, para que siga encantando as próximas gerações", enfatiza.
Neste ano, o bioma é novamente atingido por incêndios que já destruíram cerca de um terço do Parque Estadual Encontro das Águas, em Mato Grosso, que tem uma das maiores populações de onças-pintadas do planeta. No Pantanal como um todo estima-se que mais de um milhão de hectares tenham sido queimados neste ano, dos quais cerca de metade foram registrados apenas neste mês, que já se considera o pior novembro de fogo do bioma desde 1988, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Os números de 2023 superam os de 2022 e se aproximam dos de 2021.
*Estagiário sob supervisão de Severino Francisco
Serviço
Pantanal: Herança e Legado
Visitação até 14 de dezembro, no salão nobre da Câmara dos Deputados, das 8h às 10h da manhã. Entrada gratuita.
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