Voz, violão, simplicidade. Esses três elementos, juntos, fazem parte do novo projeto do cantor e compositor Guilherme de Sá, ex-vocalista da Banda Rosa de Saron, e considerado uma das maiores vozes da música cristã do país. Há pouco mais de 10 dias, praticamente ininterruptos, o músico tem rodado o Brasil com a turnê Minimalista. No último domingo (19/11), ele esteve em Brasília, na Worlld Brasília no SIA, e conversou com o Correio sobre essa nova fase na carreira.
Assim como em todo sonho, tanto na música ou em qualquer outra camada artística, o início é sempre disposto de poucas coisas ao redor. A beleza está na parte intrínseca e na chama pela busca ao desejado. E isso, de certa forma, sempre foi a procura de Guilherme, que resolveu voltar às raízes para um formato de shows mais intimista, perto do público, que também esperou, novamente, por essa troca.
“A receptividade da galera tem sido boa, felizmente, tenho um público muito fiel. No final das contas, são eles que fazem tudo valer a pena. Tudo isso era o mínimo que eu podia fazer. Não é exagero dizer que eu desacostumei”, confessa Guilherme. Desde que deixou o Rosa de Saron, no começo de 2019, o artista se mudou para a Inglaterra com o objetivo de se dedicar mais à família.
A presença nos palcos, certamente, diminuiu, mas se fez presente em vindas esporádicas ao Brasil. Entretanto, talvez até para ele mesmo, deixar de lado o talento que lhe foi concedido e lapidado por Guilherme na juventude nunca foi uma opção. “Quando eu saí da Banda e fui para a Europa, meu desejo mesmo era de sacramentar minha carreira, parar e focar nos filhos. Mas, com o apelo do público, tenho vindo para cá algumas vezes”, destaca.
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Nova fase
Lá atrás, quando o sonho de ser cantor era ainda muito distante, ele mantinha a chama acesa nessas rodas de música protagonizadas por alunos em escolas. E Guilherme, figurinha carimbada com a voz potente e o violão tocando canções de Renato Russo, decidiu que essa seria a forma ideal de realizar suas apresentações novamente. “Eu estava sem cantar há um ano, tudo isso é super desafiador. Eu não tenho planos para o futuro, tampouco para 2024. Tanto que o show de hoje é completamente não roteirizado”, afirma.
Ainda assim, os sucessos que lhe trouxeram o digno reconhecimento na música brasileira permanecem no repertório — e na voz vibrante do público. Músicas como Sem Você, Rara Calma e Cartas ao Remetente fazem parte do show. Algumas faixas mais antigas, para resgatar a alma dos rosarianos de plantão, como Logo Após o Temporal, também estão dentro da setlist do cantor.
Visivelmente leve e confortável, Guilherme aproveita a fase para desfrutar do momento e matar a saudade de cantar. Afinal, foram mais de 18 anos em turnês pelo país. “É a primeira vez que faço isso, sempre tive shows dentro do script, cronometrados e etc. Pensei, dessa vez: quero juntar uma galera, tocar um violão, é o que tem acontecido e tem sido muito legal”, acrescenta o músico.
No meio das apresentações, ainda há espaço para contar histórias e rir ao lado dos fãs, que mesmo com ele em outro país, não deixam de agradecer pela arte que Guilherme tem compartilhado com o mundo ao longo desses anos. Interações, simplicidade e o retorno às origens. Guilherme de Sá pode ter deixado a carreira um pouco de lado, mas existe algo nele que continua ressoando no coração quem o acompanha. E isso, tanto para ele quanto para os presentes no show, é admirável e se faz presente. Em suas palavras a maior “vocação é ser pai”. Mas, quem sabe, seu maior talento não seja, realmente, compor poesias.
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