Cinema

Cineasta Edu Felistoque faz oficinas pelo Jovem de Expressão

Edu Felistoque foi designado para o projeto Sala de Roteiro, no qual vai produzir um roteiro em conjunto com os futuros alunos

Há uma aposta do cineasta Edu Felistoque quando ele enfoca a realidade da Ceilândia, na perspectiva dele, um latente novo polo cinematográfico. "Aqui tem tudo para isso. A Ceilândia é um celeiro de talentos! Não só na realização do filme Amado (entre os mais vistos na Globoplay e no canal Telecine), comprovei, mas houve ainda a série Buscando Buskers (que avança para a terceira temporada). Noto aqui, em especial no âmbito do programa Jovem de Expressão, vários artistas e técnicos já profissionais, como editores, maquinistas, produtoras, operadores de câmera, eletricistas, maquiadoras, cabeleireiras e figurinistas, isso sem contar pessoas dos cargos 'de chefia', entre os quais diretoras de arte, diretoras de produção, diretoras de cena, diretores de fotografia e roteiristas", comenta, em entrevista ao Correio. Felistoque foi designado para o projeto Sala de Roteiro, no qual, em encontros na Praça do Cidadão (EQNM 18/20 - Ceilândia Norte), formatará um roteiro em conjunto com os futuros alunos. A aula inaugural, nesta quarta-feira (25/10), será aberta ao público, com participação mediante reserva de ingresso, pelo e-mail rayanesoares.ruas@gmail.com ou ascomjex@jovemdeexpressao.com.br.

A satisfação com nível técnico e intelectual dos parceiros se estende para a realização pessoal: "Tem sido linda a experiência de contribuir para que o programa Jovem de Expressão realize um primeiro longa de ficção. A qualidade dos questionamentos da galera, desde já, me entusiasma. Na verdade, temos centenas de profissionais competentes e artistas formados pelo Jovem de Expressão que estão atuando profissionalmente no mercado. Vejo a colaboração como algo mais intuitivo, com transmissão de experiências. Acho que será um bate-papo entre colegas de profissão e arte", aposta. Com os alunos, Edu desenvolverá questões estéticas e sociais, com ênfase na perspectiva de mercado. Nisso, estarão as explanações sobre como funciona a engrenagem do cinema, questões de financiamento e o trajeto para ver um filme chegar ao cinema, canais e plataformas.

Edu Felistoque destaca que o novo projeto não traz paralelos com outros filmes dele, entre os quais Cracolândia, Amado e Toro. "A ideia desse novo roteiro de longa em desenvolvimento com a galera está focada na trajetória de vida de uma mulher, uma DJ que nasceu na Ceilândia e conquistou o mundo da discotecagem nacional e internacional", adianta. Na mira particular das iniciativas, há um pendor em dissociar experiências de criminalidade com a Ceilândia.

"Penso e afirmo que a violência que estamos habituados a ver nos noticiários é somente um recorte da realidade. Ceilândia tem mais de 350 mil habitantes, claro que existe a criminalidade, mas vale ressaltar também que existe um lado maravilhoso e bem maior do que esse recorte. Temos aqui famílias, artistas, técnicos, todos trabalhadores honestos, talentosos e competentes", enfatiza. Junto à qualidade didática e à capacitação prática, o paulista reforça que "acha digno" um artista viver de sua própria arte. Nisso, demarca válidos caminhos como o de produtores brigarem pela renda maior, obtida por vendas (licenciamentos) dos filmes para as tevês e streamings.

 

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