O português João Barrento é o vencedor da 35ª edição do Prêmio Camões. Barrento foi escolhido após consenso entre os jurados, em reunião realizada de forma virtual nesta terça-feira (10). Essa é a mais importante premiação da literatura em língua portuguesa dada ao conjunto da obra.
O intelectual de 83 anos tem uma extensa produção como tradutor de literatura em língua alemã, incluindo clássicos de Kafka e Goethe, além de ser ensaísta, crítico e cronista. Ele foi professor da Universidade Nova de Lisboa. Leia a nota de justificativa do júri:
“João Barrento foi reconhecido pelo júri como autor de uma obra relevante e singular em que avultam o ensaio e a tradução literária. Em particular, as suas traduções de literatura de língua alemã, que vão da idade média à época contemporânea, e em todos os gêneros literários, formam o mais consistente corpo de traduções literárias do nosso patrimônio cultural e constituem indubitavelmente um meio de enriquecimento da língua e de difusão em português das grandes obras da literatura mundial”.
O júri foi composto por seis membros: os professores portugueses Abel Barros Baptista e Isabel Cristina Mateus; o escritor Deonísio da Silvia e o professor Cléber Ranieri Ribas de Almeida, ambos brasileiros; e os dois representantes das demais nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): a professora Inocência Mata, de São Tomé e Príncipe, e o ensaísta e crítico de arte Dionísio Bahule, de Moçambique.
João Barrento receberá 100 mil euros pela conquista, um dos maiores valores do mundo entre os prêmios literários. A quantia é concedida por meio de subsídio da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), uma entidade vinculada ao Ministério da Cultura e ao Governo de Portugal.
O Prêmio Camões de Literatura foi instituído em 1988 com o objetivo de consagrar um autor de língua portuguesa que, pelo conjunto de sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do patrimônio literário e cultural de nossa língua comum.
Considerado o mais importante prêmio da Língua Portuguesa, o Camões contempla anualmente autores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). A comissão julgadora é composta por representantes do Brasil, de Portugal e de países africanos de língua oficial portuguesa.