A nova voz do cinema brasiliense vem cada vez mais jovem. Aos 17 anos, a estudante de ensino médio Giovanna Batista está entre as finalistas do festival de cinema internacional ConnectHer Film Festival com o curta Make me laugh, Faça-me rir em tradução literal. Ela já tinha conseguido um marco importante ao ser a única brasileira entre os 84 curtas do prêmio e agora se tornou a primeira a conseguir chegar entre os três finalistas.
O ConnectHer é um evento voltado a descobrir novos talentos femininos no cinema internacional. O festival é exclusivo para alunas de Ensino Médio e graduação. Giovanna precisou passar por uma votação popular e o crivo de um grupo de jurados para ser selecionada para a final.
"É uma honra ser a única brasileira, não só concorrendo no ConnectHer esse ano, mas também que chegou na final. Pessoas do mundo inteiro puderam assistir ao curta e espero ajudar a trazer visibilidade para o cinema nacional", projeta Giovanna em entrevista ao Correio. Ela também comemora por ser a cara da capital. "Fico absurdamente orgulhosa de ter gravado o Make Me Laugh em português e das filmagens terem sido em Brasília, cidade que nasci e tanto amo", completa.
O filme com o qual entrou na disputa acompanha uma jovem que tenta a vida no stand up, para que possa ter dinheiro e manter a guarda da irmã, que está em risco, após a morte da mãe das meninas. Giovanna não só dirigiu e escreveu, como também protagoniza o filme ao lado de Manuela Knup.
"Quis tratar dessa temática com o intuito de colocar um holofote em problemas estruturais da indústria do entretenimento, como o abuso de poder, assédio e falta de representatividade feminina", explica. Ela é uma ávida defensora de mais lugares para as mulheres na comédia e ajudou a fundar um grupo de stand-up comedy no colégio onde estuda.
Apesar de muito nova, Giovanna sempre soube que queria seguir o caminho do audiovisual e pretende fazer faculdade de cinema fora do Brasil. O amor pelo cinema fez com que o curta tivesse aspectos que ela admira, principalmente no roteiro. "Gosto de roteiros impactantes que fazem a audiência pensar. Para mim, a importância de mostrar essa questão é gerar reflexão, diálogo, até mesmo desconforto… algum tipo de reação que possa resultar em mudança", conta.
A aspirante a cineasta trata toda a situação como uma realização. Em novembro, ela irá para o Texas para a cerimônia de entrega dos prêmios, mas já vê tudo que tem vivido como uma grande vitória. "Eu senti como se estivesse honrando a criança sonhadora que sempre fui", exalta. "Então, saber que aos 17 anos o meu curta foi selecionado como finalista no ConnectHer Film Festival e teve reconhecimento nacional e internacional é muito gratificante, se pudesse voltar no tempo, e contar para a Giovanna de 9 anos, ela estaria muito orgulhosa", complementa.
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