Cinema

Memórias do DF na Mostra Sesc de Cinema do Distrito Federal

Edição deste ano, a 6ª, selecionou 15 obras do DF para compor a programação gratuita do evento em Brasília, que acontece de amanhã a sábado, no Sesc da 504 Sul

Lydia Garcia: homenageada na mostra Sesc de Cinema do Distrito Federal  -  (crédito: Divulgação)
Lydia Garcia: homenageada na mostra Sesc de Cinema do Distrito Federal - (crédito: Divulgação)
postado em 01/10/2023 06:00 / atualizado em 02/10/2023 11:37

Visando incentivar e trazer visibilidade às produções cinematográficas independentes, a Mostra Sesc de Cinema do Distrito Federal selecionou 15 obras do DF para compor a programação gratuita da 6ª edição do evento em Brasília, de amanhã a sábado, no Sesc da 504 Sul. Neste ano, além de homenagear a artista e ativista Lydia Garcia, a Mostra traz a reflexão de temas como a memória e a causa indígena.

Pianista e carioca, Lydia Garcia foi a primeira professora de música do Distrito Federal. Segundo o analista de cultura do Sesc, Gil Sampaio, a artista foi escolhida como homenageada desta edição pelas contribuições para identidade cultural do DF e ativismo em prol da arte. "Dona Lydia formou, inspirou e continua inspirando gerações de artistas da cidade", explica.

"Homenageá-la significa prestar reverência à memória cultural de Brasília e a todos os pioneiros que construíram esse patrimônio", reforça a curadora da Mostra, Edileuza Penha de Souza, que entrega um troféu personalizado à Lydia Garcia na terça-feira. Nesse dia, é exibida a sessão que recebe uma frase de Lydia Garcia como título: "A arte é uma arma maravilhosa, sem arte não há vida". Ela conta com dois curtas que apresentam a homenageada como personagem da trama, além de uma produção de Cled Pereira, Dessa arte eu sei um pouco.

Mundo e tempo

Para quarta, quinta e sexta-feira, as sessões foram nomeadas a partir de trechos sobre memória retirados do livro Dias e Noites de Amor e Guerra, de Eduardo Galeano. "O intuito dessa escolha vem não só por conta da memória como lembrança, mas também como uma relação intrínseca e constante do ser humano com o mundo e o tempo", explica Mel Mesquita, também curadora da Mostra. As sessões são compostas por filmes de temas diversos que abordam a memória em diferentes aspectos.

Segundo Gil Sampaio, a memória é um elo de ligação entre presente, passado e futuro, que desempenha um papel fundamental na preservação da cultura e na compreensão das raízes históricas. "A Mostra explora como as narrativas cinematográficas podem servir como ponte entre gerações, permitindo que as histórias e experiências do passado continuem a influenciar e inspirar as gerações futuras. Essa abordagem não apenas enriquece a experiência cultural, mas também ajuda a fortalecer o senso de identidade e pertencimento na comunidade de Brasília".

Indígenas

A causa indígena é tema das duas sessões de sábado, com filmes que trazem a luta desses povos na contemporaneidade e a contribuição deles para a construção da identidade do país. A frase adotada como título dessas exibições é do líder indígena, Raoni Metuktire: "No dia em que não houver lugar no mundo para o índio, não haverá lugar no mundo para mais ninguém".

A Mostra Sesc é importante para a cena cinematográfica, pois traz notoriedade para as produções e temáticas que não têm inserção na grande mídia, tendo em vista a projeção do festival em âmbito nacional. Na programação desta edição, foram priorizadas narrativas que tocam os movimentos, saberes e urgências da sociedade do DF, promovendo a identidade do território.

*Texto de Luíza Grecco Altoé, estagiária sob a supervisão de Severino Francisco

 

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