Em busca de promover espaços de formação, intercâmbio, lançamento e discussão das produções cinematográficas atuais, a 17° Edição da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, CineBH, estreia nesta terça-feira (26/9) e continua até 1° de outubro. Serão exibidos 93 filmes nacionais e internacionais de 11 estados brasileiros e de 12 países diferentes. Entre eles, estão duas produções de cineastas do Distrito Federal: Mato seco em chamas, de Joana Pimenta e Adirley Queirós, e Super-heróis, de Rafael de Andrade.
Adirley Queirós chegou a Ceilândia com apenas três anos de idade. Em 2022, a região administrativa onde cresceu foi cenário do filme Mato seco em chamas, que o cineasta dirigiu em conjunto com a portuguesa Joana Pimenta. O longa conta a história de duas irmãs, que entram no jogo de poder e política da região, após acharem petróleo para produção própria de gasolina. "É um filme muito original e, ao mesmo tempo, muito contundente. Tem humor, tem aquela forma de enxergar a realidade e de fazer uma crítica ao Brasil, mas, ao mesmo tempo, é um filme propositivo em ideias e formas", diz Pedro Butcher, curador da mostra Brasil CineMundi, na qual o filme será exibido.
O programa exibe filmes que passaram, ainda como propostas, pelo Brasil Cinemundi, evento anual que conecta a produção brasileira à indústria audiovisual, por meio de parcerias que transformam as propostas em filmes. "Fazemos uma espécie de estudo de caso do que aconteceu com o filme desde que ele era projeto até o momento em que ele teve a primeira exibição", explica Pedro. "É um prazer encontrar parceiros criativos e financeiramente interessantes para o filme". No caso de Mato seco em chamas, será analisada a carreira bem-sucedida do longa, com premiações em festivais da França, Portugal, Grécia, Kosovo, México, Peru, Argentina e Brasil.
A outra produção do DF, Super-heróis, de Rafael de Andrade, integra o programa Cine-Expressão — A Escola vai ao cinema. O curta será exibido nas sessões Cine-Escola de 5 a 7 anos e mostra que heróis anônimos estão mais perto do que se imagina, prontos para resolverem os dilemas das crianças. "As crianças se reconhecem na telona, se identificam com os personagens e suas famílias e, com isso, são convidadas a refletir a partir de um frutífero diálogo iniciado logo após a exibição", ressalta Raquel Hallak, coordenadora geral do evento. "O audiovisual é uma ferramenta poderosa a ser utilizada como aliada da educação e formação do cidadão."
"A Mostra CineBH representa uma janela de exibição do cinema brasileiro no próprio país, que ainda discute cota de tela e que não consegue espaço de exibição no circuito de exibição comercial", complementa a coordenadora. Por meio desse encontro, cineastas da América Latina têm oportunidade de entrar em contato com o mercado internacional, se inserir, fazer novas conexões e adquirir experiências profissionais positivas para a carreira.
*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco
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