"A mulher com relógio", óleo pintado pelo espanhol Pablo Picasso em 1932, um de seus anos mais prolíficos, será leiloado em novembro pelo valor estimado em US$ 120 milhões (R$ 590 milhões, na cotação atual) na casa Sotheby's em Nova York.
O quadro faz parte da coleção reunida por Emily Fisher Landau, uma das maiores colecionadoras privadas de arte, que decidiu investir em obras de arte a indenização que recebeu de uma seguradora depois que ladrões a deixaram, em 1969, sem a espetacular coleção de joias que ganhou de presente de seu rico marido durante décadas.
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Com esse dinheiro, Fisher Landau decidiu substituir as joias por obras de arte e, entre suas primeiras aquisições, destaca-se um móbile de Alexander Calder, que pendurou sobre sua banheira, bem como trabalhos de Picasso, Henri Matisse e Piet Mondrian, que se complementariam com outros de Jean Arp, Mark Rothko, Franz Kline, Paul Klee e Louise Nevelson, entre dezenas de artistas.
"A mulher com relógio" é um retrato de Marie-Thérèse Walter, a "musa dourada" de Picasso e tema de muitos de seus retratos, pintada em 1932, um dos anos mais frutíferos do artista malaguenho. Tanto que a galeria Tate Modern de Londres montou uma exposição em 2018 apenas com trabalhos produzidos pelos pincéis do artista naquele ano.
Foi "o 'annus mirabilis' de Picasso", afirma Julian Dawes, encarregado do departamento de arte impressionista e moderna da Sotheby's.
"Está cheio de alegria e paixão, mas, ao mesmo tempo, é muito contemplativo e arrojado. Suas cores primárias ousadas cantam na tela de um metro e meio de altura", acrescenta, antes de assegurar que o quadro "não é apenas uma obra de destaque em um ano prolífico, mas uma obra definitiva na história da arte ocidental".
A colecionadora nova-iorquina adquiriu a obra em 1968 "no ato, que permaneceu como a pedra fundamental de sua coleção durante mais de cinco décadas, exposta sobre a chaminé de sua casa em Nova York", explica a Sotheby's em comunicado.
Nos dias 8 e 9 de novembro o quadro será a estrela do leilão de 120 obras da impressionante coleção acumulada por esta mecenas, no qual as Sotheby's espera arrecadar 400 milhões de dólares (R$ 1,9 bilhão).
Nascida em 1920, Emily Fisher Landau foi uma das maiores colecionadoras de arte, mecenas e amiga de artistas contemporâneos dos Estados Unidos. Ela faleceu em março deste ano, aos 102 anos de idade, em Palm Beach (Flórida).
Em 2010, doou mais de 400 obras ao Museu Whitney de Nova York, e outras integram o acervo do Fisher Landau Center for Art na cidade de Long Island, no estado de Nova York.
Entre os artistas representados em sua coleção destacam-se trabalhos de Ed Ruscha, Jasper Johns, Mark Rothko, Andy Warhol, Georgia O’Keeffe, Agnes Martin, Keith Haring, Robert Rauschenberg, Louise Nevelson, Cy Twombly, Glenn Ligon, Nan Goldin, Mark Tansey e Robert Mapplethorpe.
Às vezes, ela comprava a exposição inteira desses artistas, com os quais manteve relações de amizade.
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