São Paulo — O último dia de grade do The Town, em São Paulo, reuniu milhares de fãs que, pela admiração e amor pelo Bruno Mars e outros artistas, moveram montanhas para estar ali. Desde pessoas que se alimentaram com marmita gelada até fãs geracionais da boa música, o último dia do festival ficou marcado pelo inusitado.
Com 60 anos, aposentada, Edna Firmino poderia muito bem ter ficado em casa no frio e chuvoso domingo de encerramento do The Town. No entanto, para quem assistiu Michael Jackson nos anos 1990, não seria uma garoa que a impediria de ver o “filho do Michael”. “Eu assisti ao show do Michael Jackson e agora estou aqui, e posso afirmar com certeza que ele é o Michael dessa geração”, disse, entusiasmada, a aposentada.
Acompanhada pelo sobrinho Lucas, Edna é muito fã do artista. “Eu fui junto, porque ela é mais fã do Bruno Mars do que eu”, afirma o sobrinho.
Saiba Mais
Diversas pessoas saíram de casa ou do hotel muito cedo para conseguir chegar na grade do palco assim que os portões abrissem. Ciente de que seria inviável sair de onde estava para se alimentar, Luci Peres, de 25 anos, aproveitou que tinha comida em casa e levou uma marmita para o Autódromo de Interlagos. “Eu levantei 6h da manhã, já tinha comida em casa e trouxe a marmita gelada”, relata a fã. “Ela foi descongelando e na fila eu comi gelada mesmo.”
O primeiro fã clube do Bruno Mars do Rio de Janeiro foi formado há 12 anos, e, no domingo, o sonho das integrantes foi realizado. A vontade era tanta que muitas não se importaram com o começo da semana no dia seguinte: “Eu vou sair daqui e ir direto para o trabalho", conta Daniela Basílio, integrante do grupo. “São 12 anos de fã clube, e aí fizemos um encontro em Copacabana em 2011, onde formamos essa amizade que tem mais de 12 pessoas”, relata Laís Borges, uma das membros do grupo.
A grade do Skyline, no entanto, não era exclusividade dos fãs de Bruno Mars. Houve quem fez um esforço para ver de perto a primeira artista trans a chegar ao topo das paradas americanas.
Um deles era Felipe Azevedo, de 23 anos. Segundo ele, a cantora o ajudou bastante a passar pela pandemia, e afirma que a influência dela trespassa a música: “Por ela ser uma mulher trans na cena da música e estar ganhando prêmios e espaço, eu acredito que isso abre muitas portas tanto para outros artistas trans como para a comunidade LGBTQIA+”.
*Estagiário sob supervisão de Pedro Ibarra