Pela primeira vez no Brasil, será apresentada a exposição Signos da Paisagem, nesta terça-feira (19/9), às 11h, no CCBB, e segue em cartaz até 9 de novembro. Com participação de artistas brasileiros, argentinos, uruguaios, espanhóis, franceses e árabes, a curadoria reuniu obras diversas e singulares, que têm algo em comum: incitar a reflexão sobre como o planeta vem sendo modificado. A exposição integra a Bienalsur 2023 e também passa por outros estados brasileiros, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Contrariando a linha horizontal do meio cultural, a Bienalsur 2023 tem uma proposta inovadora. A curadoria seleciona artistas de diferentes idades e nacionalidades para levarem trabalhos pelo mundo. Segundo Aníbal Jozami, diretor geral da Bienalsur, eles não buscam carreiras artísticas consolidadas, mas projetos consistentes que, juntos, conversam e originam um tema final para uma exposição. A proposta visa promover intercâmbio cultural, dando oportunidade a artistas que não possuem tanta visibilidade, mas apresentam muito talento.
Bienalsur foi criado na Universidade Nacional de Três de Fevereiro — universidade pública na Argentina — e, desde o surgimento, busca ser o mais democrático possível com o público e com os artistas. "A gratuidade da entrada é básica para o Brasil e para o mundo todo. Não estamos em lugares em que o público tenha que pagar", ressalta Aníbal. "Nós dizemos que é uma Bienal totalmente política, mas ela não tem nada a ver com as ideologias dos partidos políticos. É política porque tentamos chegar à maior quantidade possível de gente e vamos aonde as pessoas estão."
O Brasil não está no mapa da exposição por acaso, a qualidade artística do país fez com que artistas brasileiros participassem não apenas das mostras em Brasília, mas em outras espalhadas pelo mundo. "Desde o início, nos interessamos em trabalhar com o Brasil pela qualidade artística," explica Diana, Diretora artística e curadora da Bienalsur. Em Signos da Paisagem, Rochelle Costi, com Casa&Jardim, e Silence de Dias & Riedweg, são os brasileiros que integram a exposição.
Também em cartaz em Brasília, Zhara Al Ghamd mostra como o tempo interfere na existência, através de uma instalação de 600 peças de blocos de areia e argila. “A arte é chamada Echo of the past e representa a arquitetura tradicional da região sul da Arábia Saudita, que está quase morrendo. É como se a obra de arte falasse sobre as casas do Sul, que dizem: ‘me salve antes de eu ir embora, antes de eu acabar e desaparecer”, explica a artista. “É muito importante para mim mostrar minha obra de arte em um país que eu nunca chegaria como artista da Arábia Saudita”.
Em 2023, a quarta edição selecionou 400 artistas, que são distribuídos em várias exposições que passam por 28 países e 70 cidades. Para celebrar a inauguração na capital, às 11 horas, haverá uma performance de abertura. Como o projeto não para, a organização ressalta a importância dos artistas interessados ficarem atentos, pois o início da seleção para a Bienal de 2025 está prevista para fevereiro de 2024.
*Estagiárias sob a supervisão de Severino Francisco.
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