Cinema

Novo filme das Tartarugas Ninjas estreia nesta quinta (31/8)

A ideia de pertencimento persegue as Tartarugas Ninja, que, em novo longa, enfrentam uma penca de vilões e seguem com humor e jeitão bronco

A desordem apontada desde o subtítulo, Caos mutante, no filme As Tartarugas Ninja mostra a quantidade de personagens afetados por uma substância mutagênica que instaura a desordem nesta animação capaz de reanimar uma franquia que resiste há quatro décadas. Com roteiro de Seth Rogen (que ainda dá vida ao personagem Bebop) e Evan Goldberg (de Superbad), o filme tem direção de Kyler Spears e Jeff Rowe (A família Mitchell e a revolta das máquinas).

O que está em jogo na trama é a origem e o desenvolvimento de um quarteto de irmãos que deixa o esgoto de Nova York para buscar o posto de heróis mutantes. Independente de ordem, são eles: Leonardo, Michelangelo, Raphael e Donatello. O destino de todos está atrelado ao da confusa e insegura estudante April O’Neil, que sonha com o futuro de jornalista. Uma motocicleta roubada é a situação que aproxima a moça dos ninjas muito particulares, que tiveram por figura paterna o Mestre Splinter. Nos cinemas, esse personagem rato ganha a voz de Jackie Chan.

Para além do visual festivo, a imprensa internacional tem dado atenção ao tipo de abordagem do filme que consegue uma ampla comunicação com a plateia. Reclusas, as poderosas tartarugas têm as aventuras descritas com tom bastante ágil, segundo apontam alguns críticos internacionais. Sempre vistos com desconfiança, Rapha, Donnie, Mikey e Leo (numa citação aos celebrados renascentistas) terão muito para provar aos humanos, e agarram a chance de reordenar um universo prejudicado por experimentos de um cientista.

O personagem Super Mosca (Ice Cube) se apresenta como um vilão no filme que ainda tem a poderosa Cynthia Ultrom com pose de contraventora, à frente de empresa com atividades suspeitas. Mutantes em série se revelam ameaça latente no filme que deixa o temido Destruidor meio de lado. A vingança é um dos elementos mais destacados no enredo que traz um amontoado de malfeitores, num grupo batizado como sindicato do crime.

Entre personagens que exaltam a admiração pelos filmes de artes marciais, As Tartarugas Ninja: caos mutante aposta em protagonistas com atitudes genuinamente adolescentes e rebeldes. O emprego de linguagem atual, com bastante humor, é uma das constantes em cada citação ao filme, que traz breve passagem de live-action e explora temas como a intolerância. Ágeis e versadas na pancadaria, com o passar da trama, as famosas tartarugas terão lutas diretas com uma ameaça bem maximizada.


Outras estreias

Golda — A mulher de uma nação
Helen Mirren dá vida ao retrato da primeira-ministra de Israel no começo dos anos de 1970. À época, em meio à guerra, Golda Meir tomou medidas vitais para muitos.

As oito montanhas
Coprodução entre Bélgica, França e Itália cerca a trama de amizade, por décadas, de homens com origens bem diferenciadas.

Ithaka — A luta de Assange
John Shipton encabeça o documentário em torno da luta pela libertação do filho dele, Julian Assange, o fundador do WikiLeaks.

O porteiro
Alexandre Lino e Cacu Protásio estrelam a comédia em que um porteiro terá que provar sua inocência num caso de roubo.

Toc toc toc — Ecos do além
Estranhos barulhos entre as paredes de uma casa atiçam a curiosidade de um apavorado menino.

Para onde voam as feiticeiras
Repletos de ideais que fortalecem marginalizados sociais, sete artistas de rua improvisam no centro paulistano.

 

 

Paramount Pictures/Divulgação - Cena do filme 'As Tartarugas Ninja: Caos Mutante'.
Pipa - 2023. Divirta se Mais. Filme Fluxo.
Paris Filmes - 2023. Divirta se Mais. Filme Toc toc toc Ecos do além
Laura Campanella/Divulgação - Bruno Ferrari e Cacau Protásio em O porteiro
Diamond - 2023. Divirta se Mais. Filme Golda -- A mulher de uma nação.
Henrique Hennies/Divulgação - Cena do filme 'Para Onde Voam as Feiticeiras'.
Divulgação/Pandora Filmes - Cena do filme Ithaka: a luta de Assange
Imovision/Divulgação - Cena do filme 'As 8 Montanhas'.
Galeria Distribuidora/Divulgação - Cena do longa TPM! Meu amor

Rir de si é saudável

A mulher durante a tensão pré-menstrual (TPM) é um tópico sensível pela caricatura da raiva, fome e outros problemas que a sociedade traz para este momento do ciclo hormonal feminino. No entanto, o longa TPM! Meu amor propõe uma nova visão sobre o tema. No filme, Monique (Paloma Bernardi) é uma mulher muito retraída, mas nos períodos de TPM ganha uma nova personalidade que faz com que ela saia de um momento muito opressor da própria vida.

A ideia do filme é desmistificar a TPM da forma mais leve, rindo dessa fase hormonal do ciclo menstrual. "Poder rir da TPM é maravilhoso. Ela não é só dor, fome e coisas ruins. Na TPM é possível ter insights, é um momento do corpo que no recolhimento é possível fazer uma reflexão", aponta Jacqueline Vargas, roteirista da produção. O filme tem, inclusive, uma ligação com a TPM da autora. "Eu já fiz bastante besteira e tive acessos de fúria na TPM, mas também tive a ideia para escrever essa história", conta. "Através do riso queremos que as pessoas olhem para a TPM com outros olhos. Não é para ter medo ou qualquer outro sentimento por ela", completa.

Eliana Fonseca foi uma das primeiras pessoas a fazer stand up no Brasil e só parou porque engravidou. "Era inconcebível uma mulher grávida, que é quase uma coisa divina, fazer rir. A mulher sempre precisava estar fora do padrão estético para ser engraçada", lembra. Por isso ela buscou subverter esses padrões, fazer uma comédia romântica que, apesar de ter um romance entre uma mulher e um homem, não trata disso. "Esse é um filme sobre uma mulher que se apaixona por si própria, se entende, se aceita e casa consigo mesma, com todo sofrimento, dor, amor e alegria que um casamento sempre traz", explica.

Feminino como poucos

A mensagem, contudo ultrapassa o longa. O protagonismo feminino está nos créditos também. "A gente mostra que a mulher tem que estar onde quer estar. Temos mulher como câmera, microfone, cuidando da luz e cuidando do foco chegando ao roteiro, direção e a trilha sonora feita por um coletivo lindo", conta a protagonista Paloma Bernardi. "Talvez o nosso filme nesse momento seja um grito revolucionário: 'nós podemos!'. Porém a intenção é normalizar esse lugar. Queremos um lugar igualitário com o homem para o fato de mulheres estarem à frente em posições importantes não ser mais o tema e, sim, somar", complementa a artista. "O cinema ganha uma nova cara. É bom para quem está entrando, para quem já está no meio, é bom para todo mundo. Os homens não serão extintos dos sets de filmagem por conta disso. É só uma maneira diferente de ver a presença de mulheres nos filmes", finaliza Maria Bopp, que interpreta a antagonista Carol.