Durante o Mês Mundial da Fotografia, o Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) disponibiliza um novo espaço na sede para ser palco de Invisibilizados, exposição do fotógrafo brasiliense Marco Mota. Os registros da curadoria abordam a temática racial, étnica e social e ficam expostos ao público de hoje até 5 de outubro.
Invisibilizados recebe esse nome porque é um resgate aos temas importantes que constituem a nossa sociedade e são negligenciados, como a questão da negritude, a indígena e a dos esquecidos candangos da construção de Brasília. “Pessoas, povos, coletividades são, ao longo do tempo, esquecidos. Parece que não fazem parte, parece que essas pessoas não existiram, ou a sua existência passa a ser muito tênue”, define Luís Guilherme, curador da exposição.
Além de resgatar uma parte da nossa história, as obras buscam enaltecer e mostrar essas memórias e as dores das pessoas de forma poética e bela, mas que preserve a sensibilidade de questões sociais como preconceito, exclusão, desigualdade social e também amplie o debate acerca disso. A exposição conta com 21 fotografias autorais, que utilizam processos de colagens e sobreposições de imagens. Mesmo nas imagens autorais, Marco reproduz alguns registros históricos digitalizados e disponibilizados pelo Arquivo Público do DF e pelo Instituto Moreira Salles. Segundo Luís Guilherme, o diferencial dessas obras está justamente na preocupação de Marco com a memória dessas pessoas.
Todos os anos, em 19 de agosto, é comemorado o Dia Mundial da Fotografia porque nesta data, em 1839, a Academia Francesa de Ciências anunciava a invenção do daguerreótipo, o antecessor das câmeras fotográficas, e Invisibilizados chega durante este mês de celebração. “A fotografia, desde que foi criada, no século 19, surpreendeu o mundo. Ela aparece com várias tentativas diferenciadas de exposição, de tentar congelar a natureza. E, se nós fomos ver, estamos em pleno século 21 e todas as pessoas tiram muitas fotos por dia. Então, a fotografia, enquanto estudo da alma humana, continua mais viva do que sempre”, ressalta Luís Guilherme.
A exposição segue um caminho pedagógico e, após o período de exibição da mostra, o trabalho será apresentado em escolas públicas do Distrito Federal, que ainda serão definidas. Marco Mota participará das visitas educativas e explicará os múltiplos processos de produção e as técnicas utilizadas para os alunos. O intuito da apresentação é levar as temáticas sociais presentes na mostra para o debate com as crianças de todas as séries e mostrar a importância de ir a museus, centros culturais, teatros, espetáculos de dança e lugares de manifestações culturais. “As crianças precisam de arte, todos nós precisamos”, enfatiza Luís Guilherme.
Além disso, todas as escolas que têm interesse em levar os alunos para visitar a exposição devem agendar a visita pelo e-mail secretaria.cultura@sinprodf.org.br. Para o público em geral, não é necessário agendar.
Serviço
Hoje, às 19h, abertura da exposição fotográfica Invisibilizados na sede do Sindicato dos Professores no Distrito Federal (SIG Quadra 6 Lote 2260 — Setor Gráfico). A exposição fica aberta a visitação até 5 de outubro das 8h às 18h.
*Estagiária sob a supervisão de José Carlos Vieira
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