Terminou em samba! Narrando a trajetória de vida de Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum, o grande vencedor do 51º Festival de Cinema de Gramado, com seis Kikitos, foi Mussum, o filmis. A obra do diretor estreante Silvio Guindane entra em cartaz nas salas de cinema em 2 de novembro.
A noite de premiação, no Palácio dos Festivais, ainda consagrou outros dois longas: Tia Virgínia com cinco prêmios, e Mais pesado é o céu, que levou quatro troféus. O documentário Anhangabaú, de Lufe Bollini, e o longa-metragem gaúcho Hamlet, de Zeca Brito, foram os melhores filmes em suas mostras.
Apresentando a história para além do que o público já conhece, Mussum, o filmis levou as estatuetas de melhor filme, melhor ator para Ailton Graça, melhor atriz coadjuvante para Neusa Borges, melhor ator coadjuvante para Yuri Marçal, melhor trilha musical e melhor filme pelo júri popular, além de uma menção honrosa.
Presente na cerimônia, Mussunzinho, filho de Mussum, disse ter certeza que o pai estava com eles: “vocês retrataram de uma forma perfeita o velho (Mussum), e eu vou ter o maior prazer de daqui a alguns anos sentar com o meu filho e mostrar ele da forma mais aproximada que eu poderia mostrar”.
Vera Holtz e Ailton Graça ganham maior prêmio para atores
Vera Holtz e Ailton Graça — premiados como melhor atriz, por Tia Virgínia, e melhor, por Mussum, o filmis — trocaram elogios no palco. Vera também agradeceu aos diretores e produtores, Fábio Meira e Janaína Diniz. “Obrigada às minhas irmãs da ficção, Arlete Salles e Louise Cardoso, e às minhas irmãs, Regina, Rosa e Teresa, que já nos deixou, e quero deixar um poema de Mário Quintana, para vocês: ‘Os grilos...os grilos... Meus Deus, se a gente pudesse puxar por uma perna, um só Grilo, se desfiariam todas as estrelas!’”.
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Ailton relembrou sua infância humilde, onde só uma vizinha tinha televisão e ele escutava as vozes que vinham do aparelho e imaginava que todas as pessoas eram pretas. “Essa é a primeira vez que estou recebendo um prêmio, e isso começou quando eu era criança e minha mãe perguntou para mim e meu irmão o que queríamos ser. Eu disse carroceiro, advogado, engenheiro agrônomo, cientista, professor… e sendo ator eu posso ser tudo isso”, celebrou.
O diretor Silvio Guindane, diretor da produção grande vencedora da noite, homenageou o cinema. “O cinema me salvou. A arte salva, o cinema salva, e hoje eu estou retornando a este Festival. Um dia eu fui ao circo, um dia eu li um livro, e um dia eu comecei a fazer cinema, ainda criança aqui neste Festival”, disse o diretor Silvio Guindane que recebeu Prêmio Especial do Júri em 1996 por sua atuação no filme “Como Nascem os Anjos”.
A noite ainda prestou uma homenagem à Léa Garcia, com público novamente de pé aplaudindo a atriz, na lembrança do ‘in memorian’, ao lado de outros talentos do audiovisual que faleceram no último ano.
Entre os longas-metragens gaúchos, o destaque foi o filme Hamlet, de Zeca Brito, que levou cinco Kikitos: melhor filme, melhor direção, melhor ator para Fredericco Restori, melhor fotografia e melhor montagem.
Vencedores do 51º Festival de Cinema de Gramado
Longas-metragens Brasileiros
Melhor Filme: Mussum, o filmis, de Silvio Guindane
Melhor direção: Petrus Cariry, por Mais pesado é o céu
Melhor ator: Aílton Graça, por Mussum, o filmis
Melhor atriz: Vera Holtz, por Tia Virgínia
Melhor Roteiro: Fábio Meira, por Tia Virgínia
Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por Mais pesado é o céu
Melhor Montagem: Firmino Holanda e Petrus Cariry, por Mais pesado é o céu
Melhor Trilha Musical: Max de Castro, por Mussum, o filmis
Melhor Direção de Arte: Ana Mara Abreu, por Tia Virgínia
Melhor Atriz Coadjuvante: Neusa Borges, por Mussum, o filmis
Melhor Ator Coadjuvante: Yuri Marçal, Mussum, o filmis
Melhor Desenho de Som: Rubem Valdés, por Tia Virgínia
Prêmio especial do júri: Ana Luiza Rios de Mais pesado é o céu
Menção Honrosa: Vera Valdez, por Tia Virgínia
Menção Honrosa: Martin Macias Trujillo, por Mussum, o filmis
Júri da Crítica: Tia Vírginia, de Fábio Meira
Júri Popular: Mussum, o filmis, de Silvio Guindane
Prêmio SEDAC/IECINE de Longas-metragens Gaúchos
Melhor filme: Hamlet, de Zeca Brito
Melhor direção: Zeca Brito, por Hamlet
Melhor ator: Fredericco Restori, por Hamlet
Melhor atriz: Carol Martins, por O acidente
Melhor roteiro: Marcelo Ilha Bordin e Bruno Carboni, de O acidente
Melhor fotografia: Bruno Polidoro, Joba Migliorin, Lívia Pasqual e Zeca Brito, por Hamlet
Melhor direção de arte: Richard Tavares, de O acidente
Melhor montagem: Jardel Machado Hermes, de Hamlet
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, Ricardo Costa e Cristian Vaz, por Céu aberto
Melhor trilha Musical: Rita Zart e Bruno Mad, por Céu aberto
Júri Popular: Sobreviventes do pampa, de Rogério Rodrigues
Longas-metragens Documentais
Melhor Filme: Anhangabaú, de Lufe Bollini
Curtas-metragens Brasileiros
Melhor Desenho de Som: Kiko Ferraz, por Sabão líquido
Melhor Trilha Musical: Mano Teko e Aquahertz, por Yãmî-Yah-Pá
Melhor Direção de Arte: Felipe Spooka e Jacksciene Guedes, por Casa de bonecas
Melhor Montagem: Luiza Garcia, por Camaco
Melhor Roteiro: Fabiano Barros e Rafael Rogante, por Ela mora logo ali
Melhor Fotografia: Morzanel Iramari, por Mãri-Hi – A árvore do sonho
Melhor Atriz: Agrael de Jesus, por Ela mora logo ali
Melhor Ator: Phillipe Coutinho, por Sabão líquido
Prêmio Especial do Júri: Mãri-Hi – A árvore do sonho
Menção Honrosa: Cama vazia, de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Melhor Curta Júri da Crítica: Camaco, de Breno Alvarenga
Melhor Filme pelo Júri Popular: Ela mora logo ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante
Melhor Direção: Mariana Jaspe, por Deixa
Melhor Filme: Remendo, de Roger Ghil
Prêmio Canal Brasil de Curtas: Yãmî-Yah-Pá, de Vladimir Seixas