Com a trajetória relembrada em documentário na Globoplay, a biografia da apresentadora Xuxa Meneghel também ganhou destaque internacional, com entrevista da artista ao jornal New York Times, na terça-feira (15/8). A "rainha dos baixinhos" foi citada pelo periódico norte-americano como "Barbie do Brasil" e "maior estrela da TV brasileira". O jornal também ressaltou sobre o ideal de beleza representado por Xuxa, como uma mulher branca e magra.
"Muitos, incluindo a própria Xuxa, questionam se o ideal limitado que ela representava era uma influência positiva no Brasil, país com uma população majoritariamente negra e que enfrenta um debate nacional sobre o que é considerado belo e quem foi apagado da cultura popular", destaca a publicação do New York Times. Em resposta, a apresentadora afirmou que hoje enxerga a falta de representatividade como um problema. "Eu não via como errado. Hoje a gente sabe que é errado, né? Nossa, que trauma eu botei na cabeça de algumas crianças”, disse.
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"Nos anos 80, você não pegava uma novela em que a empregada não fosse negra. A culpa não é do Xou da Xuxa. É a culpa de tudo que era passado para a gente como normal”, emendou a apresentadora, que também lembrou que as pressões estéticas recaíam sobre ela. Segundo Xuxa, desde pequena ela foi orientada a perder peso e fazer cirurgia plástica. "Eu era vista como pedaço de carne”, pontuou. Além disso, também havia a proibição dela cortar o cabelo. “Boneca tem que ter cabelo comprido”, ela ouvia.
Depois que Xuxa se tornou mãe de Sasha Meneghel, a apresentadora fez um corte curto e platinou o cabelo. “Não quero mais ser boneca”, disse. Quando a fama chegou, a "rainha dos baixinhos" começou a se engajar com temas sociais e de direitos humanos, como os direitos do animais, da comunidade surda e da população LGBTQIA+. “Comecei a levantar bandeiras sem necessariamente saber que aquilo era uma bandeira. Hoje eu quero muito”, contou Xuxa ao New York Times.
Xuxa também pontuou que todos os debates e críticas em torno de sua presença e fama na televisão brasileira a ensinaram muito sobre si mesma e sobre a sociedade. "Apenas se aprende o certo quando a gente vê que está no caminho errado. Então acho que tive que passar por coisas para poder chegar aqui”, concluiu.
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