OBITUÁRIO

Léa Garcia levou 'peixada' nas costas na rua por interpretar vilã

Na novela, ela deu vida à Rosa, vilã que maltratava Isaura, e provocou um profundo ódio pela excelência da interpretação da artista

Sucesso no teatro e na televisão, Léa Garcia foi capaz de promover sentimentos intensos nos telespectadores pelo intenso talento que demonstrava ao interpretar personagens. A artista, que morreu nesta terça-feira (15/8) no Festival de Cinema de Gramado (RS), chegou a sofrer agressões físicas e verbais na época de Escrava Isaura, em 1976.

Na novela, ela deu vida a Rosa, vilã que maltratava Isaura, e provocou um profundo ódio pela excelência da interpretação de Léa, que levou o público a confundir a personagem com a atriz. “Apanhei muito”, lembrou Léa em entrevista a Pedro Bial em maio de 2022.

“Uma vez, na feira, uma criatura pegou um peixe enorme e bateu com ele nas minhas costas porque eu ‘estava sendo perversa com a Isaura’”, contou ao jornalista no programa Conversa com Bial, da TV Globo.

A artista também contou que levou “um beliscão que me fez chorar quando esperava um táxi na Praia do Flamengo”. Léa acreditava que, à época, as pessoas confundiam o personagem com o ator, sem se dar o mérito da excelente atuação que marcou a carreira da atriz.

Morte de Léa Garcia pegou família, amigos e fãs de surpresa

A artista estava no Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, desde sábado (12/8), para participar de uma homenagem feita a ela pela produção do evento. A informação foi confirmada no perfil oficial de Léa nas redes sociais.

Um dos papéis mais famosos dela foi o de Rosa, na novela Escrava Isaura. Ela e a atriz Laura Cardoso seriam homenageadas nesta terça-feira no Festival de Cinema de Gramado. Pelas redes sociais, Léa compartilhou vários momentos no evento nos últimos dias.

Pedro Bial e Léa Garcia Caption -
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Léa nasceu no Rio de Janeiro em 11 de março de 1933. Ela se apaixonou pelas artes cênicas por influência do dramaturgo e ativista social Abdias do Nascimento, o primeiro a convencer a artista a contracenar, estreia feita na peça Rapsódia Negra (1952) no Teatro Experimental do Negro.

Na televisão, inaugurou a carreira de sucesso na TV Tupi, no Grande Teatro, na década de 1950. Entre os principais papéis que fez estão Dalva, em Assim na Terra como no Céu, e Rosa, a vilã da novela Escrava Isaura.