Não existe tabu dentro de casa, disse Marcelo D2 sobre como cria seus filhos. “Ele nunca fumou e jogou fumaça na gente, mas também não escondia nada. Nosso pai só nos ensinou a fazer as coisas direito, o certo pelo certo” disse Maria Joana, filha do meio do rapper. Aos 55 anos e cinco filhos, Marcelo D2 e a família foram tema da uma entrevista para o jornal O Globo.
Stephan, de 31, filho mais velho do cantor é do primeiro casamento do cantor, com Sonia Affini. Depois Lourdes, de 23, do relacionamento com Manuela Castro, Maria Joana, de 19 anos e Luca, de 21 são filhos de D2 com Camila Aguiar. A mais nova é Maria Isabel, de 2 anos com a produtora Luiza Machado.
Família grande e mesa cheia, D2 conta que adoram cozinhar, "Iboru, meu último disco, surgiu a partir de uma rabada que fizemos. Comecei a olhar esses meninos branquelos, criados na Gávea, chupando o osso, e pensei ‘que foda!’”, comenta sobre seu último álbum de samba.
O foco da paternidade para o artista é no diálogo e confiança. Começando pelo debate sobre a maconha, uma bandeira do artista. Os quatro filhos mais velhos fumam e concordam que o tema sempre foi tratado com naturalidade.
O que importa, segundo D2, é que os jovens compartilhem suas experiências. “Tinha essa confiança nos meus pais e quero muito que os meus filhos, caso fiquem doidões na rua, liguem para mim”, diz o artista. “Uma casa com uma criança onde sofá e a parede não são rabiscados não é saudável. Uma casa com adolescente que não quer descobrir sobre a vida, também não. Não desejo que eles usem drogas. Mas, se quiserem, não vou falar ‘não pode’ e esperar que tenham problemas.”
Por mais liberal que a casa seja também há regras. “Uma vez, a Lourdes contou a uma amiga que estava de castigo, e a garota se espantou dizendo: ‘Como assim? O Marcelo D2 deixa você de castigo?”, rememora Luca.
Marcelo D2 foi criado no Andaraí, na Zona Norte do Rio, onde morou até os 14 anos. “Apanhei muito da minha mãe. Já adulto, ela chorava e me pedia desculpa. Mas, como pai, a entendo. Ela temia perder o filho para a violência urbana”, lembra o cantor que disse que se considerava um "péssimo filho". Para fugir dos riscos mudou-se para a casa do pai, o chefe de departamento pessoal Dark Peixoto (morto de câncer em 1998), no Catete.
Ao chegar, viveu um choque de realidade: para ficar, precisaria arrumar um emprego e ajudar nas despesa, disse o pai. Apesar da rigidez, mergulhou também no repertório cultural do pai, que passava pelo samba e pelo futebol.