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Festival Dança em Trânsito tem início com maratona de espetáculos

Festival Dança em Trânsito ocupa museu de República e Sesc Ceilândia com espetáculos do Brasil e do mundo

Com a proposta de levar a dança contemporânea até o público e apresentar um repertório completo das linguagens utilizadas por artistas brasileiros e estrangeiros, o Dança em Trânsito traz para Brasília uma parte da programação de 2023. A partir desta terça-feira (8/8), o Museu Nacional da República e o Teatro SESC Ceilândia recebem um repertório de 10 espetáculos que vão ocupar palcos e ruas da cidade.

Criadoras do festival, que este ano está distribuído por 33 cidades brasileiras e cinco estrangeiras, Flávia e Giselle Tápias encaram o circuito como uma tentativa de formação de público, mas também um compilado do que há de melhor na produção atual de dança. Durante o ano, um total de 26 companhias nacionais e internacionais se apresentam pelo Dança em trânsito. “Acho que o nosso maior desafio é a curadoria, porque o Brasil é muito grande e muito diverso nos seus costumes, nos gostos, no acesso, então trazer trabalhos de qualidade e uma diversidade que nem sempre é o que o público está esperando é interessante, faz refletir e questionar”, diz Flávia.

Divulgação -
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DIvulgação -
Qabalum Company -
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Este ano, o Dança em trânsito investe ainda em residências realizadas em diversas regiões do país com a intenção de promover trocas culturais e de experiência. A ideia é que o resultado de produções que mesclam, por exemplo, culturas tradicionais como o tambor de crioula do Maranhão com coreografias contemporâneas circule pelos palcos brasileiros ao longo do ano. “Isso é muito interessante porque faz os coreógrafos e artistas que não se conhecem trabalharem juntos”, explica Flávia.

A programação em Brasília tem início no Sesc Ceilândia com o The lion’s den unlimited, do Pocketart (República Tcheca). Formada pelas bailarinas Johana Pockova e Sabina Bockova, a companhia criou espetáculo no qual ideias como a incerteza, o populismo e a manipulação tomam a dianteira. O Sesc também recebe Café não é só uma xícara, do Grupo Tápias (Rio de Janeiro e França), uma coreografia inspirada em fotografias de Sebastião Salgado.

Na quarta-feira (9/8), a rampa do Museu Nacional da República será transformada em palco para Rotas afora, fruto de uma residência de intercâmbio internacional com artistas do Brasil, da República Tcheca, da Ucrânia e da França. “É uma coisa muito intimista sobre o que eu descubro no outro, a história do outro”, avisa Giselle, lembrando que os bailarinos ucranianos são refugiados e que, de alguma forma, as histórias pessoais impactam na configuração do trabalho “Por mais que tenha uma história sofrida, eles tentam passar alegria nessa troca, cantam em duas línguas, é lindo”, avisa Giselle.

Uma das diretrizes do festival é a interação entre artistas, público e arquitetura, por isso a área externa do Museu Nacional da República receberá alguns dos espetáculos da programação. “É uma forma de popularizar a dança. Tem pessoas que não vão ao teatro, não gostam de dança contemporânea ou do novo e que assistem, se encantam e acabam seguindo o Dança em Trânsito”, conta Giselle. “E tem a formação de plateia. Às vezes, para o mesmo espetáculo do lado de dentro e de fora, a reação do público é tão diferente. Dançar olho no olho, tanto para quem assiste quanto para quem está em cena, é uma experiência enriquecedora. E na rua, você faz do espaço urbano um cenário, e tem essa arquitetura linda do Niemeyer. Usamos a rua como cenário, não colocamos o palco na rua.”

No interior do museu, o público poderá acompanhar uma sequência de cinco espetáculos encenados a partir das 18h. La medida que nos ha de dividir, da espanhola Qabalum Company, abre a programação, que segue com Coreografia, criação do francês Maxime Cozic com bailarinos brasileiros, Entre rios, dos curitibanos da Mavi, Oxymore, da francesa Cie Felinae, e Scotoma, da Clémentine&Lisard, de Barcelona.

Na quinta-feira (10/8), será a vez do solo Coreografia, criado por Márcia Milhazes para Fernanda Verardo, e do Solo Goldberg Variations, da italiana Virgilio Sieni Dance Company. “Brasília é uma cidade muito forte em vários aspectos e queremos ver como é a cena cultural, ir para a rua às 18h com os carros. A gente queria fazer um evento forte, para que as pessoas assistissem dois, três, quatro trabalhos num dia só. Não sei se estou pecando, mas fui por esse lado”, diz Giselle.

Serviço

Dança em trânsito
De hoje a 10 de agosto, no Locais: Sesc Ceilândia (QNN 27 Área Especial S/N, Ceilândia Norte) e Museu Nacional da República. Entrada franca. Classificação indicativa livre. Programação no https://www.dancaemtransito.com.br

 

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