HIP HOP

Gama recebe festival de hip hop em memória ao DJ Jamaika

Ao Correio, o rapper Rei, líder do Cirurgia Moral, rememora o legado de DJ Jamaika e celebra a sobrevivência do hip hop no país

Além de batalhas de rima e de dança., a festividade celebraa o legado deixado por DJ Jamaika, pioneiro do estilo no Centro-Oeste -  (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Além de batalhas de rima e de dança., a festividade celebraa o legado deixado por DJ Jamaika, pioneiro do estilo no Centro-Oeste - (crédito: Carlos Vieira/CB/D.A Press)
Franco C. Dantas*
postado em 25/08/2023 15:17

Neste sábado (26/8), a partir das 13h, ocorre na Praça Cine Itapuã (Gama) um festival gratuito de celebração da cultura hip hop, que recém completou 50 anos de existência neste mês de agosto. O evento contará com apresentações de artistas seminais para o movimento no DF, além de batalhas de rima e de dança. A festividade celebra também o legado deixado por DJ Jamaika, pioneiro do estilo no Centro-Oeste, morto em março de 2023.

O rapper Rei, líder do grupo Cirurgia Moral, encabeça as atrações musicais da parte noturna, ao lado de Rivas (ex-Álibi) e Saphira, respectivamente irmão e filha de DJ Jamaika. “O legado dele é incontestável. Não tem como falar de hip hop no Brasil sem falar do DJ Jamaika”, diz Rei.

Na liderança do Câmbio Negro, DJ Jamaika deixou sua marca na construção e consolidação do rap nacional. “Jamaika era um cara que pensava além, à frente do tempo dele. As futuras gerações, quando forem estudar sobre o hip hop do Brasil, vão ver que teve um cara lá atrás que liderou um grupo de jovens que tinham os mesmos propósitos, quase os mesmos pensamentos, e que mudaram o jeito de se fazer música”.

O Cirurgia Moral, cuja trajetória já soma mais de 30 anos, foi outro nome de suma importância para a consolidação do gênero no DF e no Brasil, em grande parte pelo sucesso de discos como Cérebro assassino, A minha parte eu faço e Num dá nada… se der é pouca coisa!.

“Participar desse momento inicial do hip hop, lá no início dos anos 1980, nos dá esse respaldo para analisar o que isso se tornou. Infelizmente, muitos de nós ficaram pelo caminho, desistiram, morreram… mas hoje a gente consegue olhar pra trás e ver que nós fizemos um bom trabalho”, destaca Rei.

Segundo o artista, a inovação constante e as misturas com outros estilos é o que mantém o movimento vivo. “O hip hop é tão grande que ele não se limitou àquela fase inicial. Pessoas de outros estilos culturais chegaram e agregaram cultura e valores”, explica. “O rap acabou herdando essa característica do rock da rebeldia”, aponta. “Hoje a gente vê que os jovens da periferia têm buscado no rap um refúgio, uma forma de se libertar e dizer: ‘a gente existe!”, argumenta Rei.

Os grupos Família Rap na Rua (Guarulhos, SP) e Contenção Leste (Gama) também se apresentam na ocasião. A inciativa Gama Vida e Arte, responsável pela organização do evento, ainda faz, neste domingo (27/8), um outro festival de música na mesma Praça Cine Itapuã. O segundo evento, no entanto, é focado no rock autoral e vai contar com nomes como Juventude Maldita, A.R.D. e Macakongs 2099.

Serviço

Celebração da cultura hip hop

Praça Cine Itapuã (Gama). Sábado (26/8), a partir das 13h. Apresentações musicais a partir das 20h. Evento gratuito.

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