O Cine Drive-in completou ontem meio século de histórias, filmes, romances, tradição e persistência. Fundado em 25 de agosto de 1973, este era o único cinema ao ar livre que restou no Brasil, já que o modelo entrou em decadência no final dos anos 1980. Em 2020, quando começou a pandemia do covid-19, diversos drive-ins foram abertos por todo o país devido à necessidade de seguir orientações de distanciamento social. Para celebrar 50 anos de resistência, o cinema disponibilizou ontem meia entrada para todos e uma pipoca por carro, além de bombons na entrada, até amanhã.
A programação desta semana traz a animação Gatos no Museu, dirigida por Vasiliy Rovenski , como opção para todos os públicos. Besouro Azul, com Xolo Maridueña, Bruna Marquezine e Susan Sarandon dirigidos por Angel Manuel Soto também faz parte da programação, que tem ainda a estreia do filme de terror baseado em um único capítulo do romance clássico de Bram Stoker, Drácula: A última viagem do Deméter dirigido por André Øvredal.
A história de Marta Fagundes, atual proprietária do Cine Drive-in, e do próprio cinema foi narrada no filme O último Cine Drive-in (2015), do brasiliense Iberê Carvalho, disponível no serviço de streaming Netflix. Um misto de realidade e ficção, o longa-metragem estreou no local que dá nome à produção e extrapolou a capacidade de público. "Eu nunca vi tanta gente dentro do meu cinema. Tinha mais de 300 pessoas sentadas no chão, por que elas queriam ver o filme e não tinha mais lugar para estacionar o carro. E daí pra frente, ele cresceu e virou outro cinema", destaca Marta.
Em 2017, o Cine Drive-in de Brasília foi tombado patrimônio cultural e material do Distrito Federal. O projeto de lei foi de autoria da deputada Luzia de Paula (PSB), que defendeu a iniciativa ao justificar que o cinema foi edificado no início da década de 1970 e seguia funcionando. "Se não fosse isso, o Cine Drive-in já teria saído daqui por interesse de outras pessoas", afirma a proprietária.
*Estagiária sob a supervisão de Nahima Maciel
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