Buraco do Jazz

Buraco do Jazz é acusado de elitismo após apelo no Instagram

O estabelecimento respondeu as críticas de maneira sarcástica e alegou, em um comentário, que "o nível cultural do evento é bem elevado"

Interação nos comentários da postagem do Buraco do Jazz -  (crédito: Reprodução/Instagram)
Interação nos comentários da postagem do Buraco do Jazz - (crédito: Reprodução/Instagram)
Franco C. Dantas*
postado em 18/08/2023 16:42 / atualizado em 25/08/2023 12:15

Nesta sexta-feira (18/8), o Buraco do Jazz, importante polo da música instrumental de Brasília, amanheceu sob uma chuva de críticas em uma postagem do Instagram. O estabelecimento fez um apelo considerado agressivo nas redes sociais para que os frequentadores não levassem coolers para as apresentações, que ocorrem ao ar livre e em local público, atrás da Praça dos Três Poderes.

Nos comentários, a grande maioria dos seguidores apontou elitismo na fala dos organizadores do Buraco do Jazz e afirmou que o espaço cobra preços abusivos pelas bebidas e comidas vendidas no local. O perfil do estabelecimento respondeu a algumas dessas críticas de maneira sarcástica e alegou, em um comentário, que “o nível cultural do evento é bem elevado”, em resposta condescendente com a fala: “o público não é carente sem grana”, feita por um seguidor.

 

Interação nos comentários da postagem do Buraco do Jazz
Interação nos comentários da postagem do Buraco do Jazz (foto: Reprodução/Instagram)

Ao Correio, o Buraco do Jazz se manteve firme na declaração. “O público realmente não é um público carente”, diz Gustavo Frade, idealizador do evento. “Esse público paga R$ 20 em um chopp ipa de 500 mL, compra gin, whisky e Aperol que temos nas bancas aqui que vendem. Eles preferem pagar R$ 12 em uma Heineken long neck a R$ 10 na lata, sendo que dentro tem o mesmo conteúdo”, afirma.

O Buraco do Jazz já foi alvo de outra polêmica em 2016, quando Gustavo Frade, à época à frente do Container Bar, na 214 Sul, foi multado em R$ 5 mil pelo TRT por conta de um anúncio de emprego tido como sexista.

O estabelecimento se posicionou perante ss críticas recentes, em nota, e disse que “de maneira alguma se crê elitista ou busca filtrar os clientes”. O estabelecimento também admitiu que o tom das postagens foi incisivo e agressivo, mas reitera a necessidade de se consumir no local para manter o negócio vivo. Leia na íntegra:

"Nosso evento de maneira alguma se crê elitista, ou busca filtrar os clientes. Somos uma equipe diversa, que com sete anos de experiência em diversos locais, visa continuar a proporcionar a experiência do jazz à população do DF. Entendemos que o tom de nossas postagens e réplicas tenha sido incisivo e talvez até mesmo agressivo, e lamentamos quaisquer mal-entendidos. No entanto, somos um evento financiado de maneira particular -- não contamos com quaisquer patrocínios, ou licitações (nem mesmo pela Lei de Incentivo à Cultura) -- e portanto é necessário entender que como evento de larga escala precisamos garantir rentabilidade, para que o evento possa ocorrer de forma voluntária.
Inicialmente, falávamos que uma garrafa de vinho por casal era suficiente. Mas agora incentivamos o consumo no local por parte do público, a fim de manter nosso evento de pé, pois o mesmo já e gratuito, a partir do momento que todos trazem coolers com bebidas, deixamos de vender as nossas, e independentemente do que se suceda, temos um evento a pagar.
Fatores como técnicos de som, de iluminação, a limpeza, os banheiros, e outros elementos da nossa infraestrutura precisam ser mantidos, e precisamos da colaboração direta ou indireta do público para tal.
Uma crítica recorrente nos comentários de nossa última postagem refere-se aos valores de nossas bebidas. Iremos discutir dentre nossa equipe, de modo a buscar uma solução que colabore financeiramente com o evento, mas seja mais confortável aos nossos amados clientes.
A administração do Buraco do Jazz se encontra disponível para quaisquer eventuais consultas e discussões e lamenta os inconvenientes e mal-entendidos."

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