O Festival Mês da Fotografia anunciou, na noite desta quarta-feira (16/8), os vencedores do Prêmio Aquisição do Museu Nacional da República. A premiação é uma novidade da edição deste ano do evento e entregou prêmios de R$ 10 mil e R$ 2 mil para os cinco melhores ensaios fotográficos e fotografias, dentre os mais de mil inscritos para concorrer ao reconhecimento.
A premiação principal, no valor de R$ 10 mil, foi entregue ao fotógrafo carioca Francisco de Souza pelo trabalho que explora o sentimento de pertencimento, o desejo e o potencial das comunidades periféricas em ocupar a área nobre do Rio de Janeiro. Além do dinheiro, as cinco fotos que fazem parte do ensaio intitulado “Orla” farão parte do acervo do Museu Nacional da República.
“Foi emocionante saber que ganhei esse prêmio, porque esse projeto foi idealizado com muito carinho e, de certa forma, me representa como ser humano”, comemorou Francisco, que faz parte de uma família de fotógrafos e exerce a profissão há 32 anos. Como parte do reconhecimento pelo ensaio “Orla”, as fotos foram projetadas na cúpula do museu o que, para o fotógrafo, foi um momento emocionante. “Foi muito massa quando as imagens foram projetadas na parte externa do museu. Vê-las no cenário da capital foi um momento único”, afirmou.
A escolha do ensaio vencedor coube à curadora da VIII Exposição Coletiva, Denise Camargo, artista visual e pesquisadora do programa de pós-graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília, em conjunto com uma equipe do Museu. “O prêmio é uma ótima forma de enriquecer o acervo do Museu Nacional da República, que já conta com mais de 1.400 obras. O ensaio fotográfico escolhido por uma comissão especializada ajuda a coletivizar o debate sobre a construção de acervos públicos e, sendo um museu de arte um espaço de discussão de narrativas da história e visibilidade, é importante pensar um acervo plural e diverso”, ressaltou Sara Seilert, diretora do Museu da República.
Na cerimônia desta quarta-feira (16/8), o Secretário de Cultura e Economia Criativa Cláudio Abrantes reconheceu a importância do prêmio. "Eu acompanho o Festival Mês da Fotografia desde quando estava na Câmara Legislativa, há mais de dez anos. Vejo como o evento rendeu frutos e hoje estamos aqui, no Pavilhão da Fotografia, para a premiação desses profissionais da arte da Fotografia", declarou Cláudio, que aproveitou a ocasião para afirmar que o GDF já recebeu 48 milhões de reais da Lei Paulo Gustavo, que serão injetados na cultura do DF.
Outros quatro trabalhos premiados
O que, a princípio, ficaria restrito a um único prêmio, acabou sendo ampliado para mais quatro categorias, no valor de R$ 2 mil para cada vencedor. Para o idealizador e diretor executivo do Festival Mês da Fotografia, Eraldo Peres, o evento deste ano bateu recorde, com mais de mil inscrições do Brasil e do exterior e a criação de mais quatro premiações foi uma decisão natural. “Além de ser um reconhecimento aos trabalhos inscritos, essa premiação é muito significativa, e coloca o Festival em outro patamar junto com outros festivais realizados no Brasil”, declarou Peres, que contou o apoio do Fundo de Apoio à Cultura, patrocinador do evento, para que essa readequação orçamentária fosse possível.
O prêmio de melhor ensaio ficou para Priscilla Buhr, de Pernambuco, com o trabalho “Não Reagente”. As fotografias da pernambucana transitam pelo tema da maternidade, mas também tratam da impossibilidade de gestar de algumas mulheres.
Na categoria individual, venceu a carioca Tete Silva, com uma foto que mostra o mergulho da garotada da região da Pequena África, localizada na Praça Mauá (RJ), no momento que eram feitas as oferendas para Iemanjá.
O prêmio destinado aos jovens fotógrafos foi entregue para Nathália Feitosa, do Distrito Federal, pelo registro de um bar na periferia da capital federal. Por fim, Maria Paula Vieira, de São Paulo, ganhou na categoria inclusiva com a foto “Criar Raízes”.
Programação continua até domingo
Além do prêmio, outra novidade desta edição do Festival foi a criação do Pavilhão da Fotografia. O espaço foi montado na área externa do museu, com uma programação diversa e democrática.
No local, ocorrem palestras, workshops, cursos, galerias locais que expõem e comercializam produtos e um espaço para pocket shows com artistas locais. A programação gratuita se estende até domingo (20/8) das 15h às 21h.
Em relação às fotografias e ensaios vencedores do prêmio, quem quiser conferir de perto a VIII Exposição Coletiva, a mostra fica aberta ao público até o dia 10 de setembro na sala I do Museu da República, de terça a domingo das 9h às 18h.
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