Cinema

Curta de brasiliense de 17 anos é selecionado para premiação internacional

O curta 'Make me laugh', de Giovanna Batista, é o único representante brasileiro do ConnectHer Film Festival

Cadu Ibarra*
postado em 09/08/2023 16:37 / atualizado em 09/08/2023 16:41
Cena do filme Make me laught  -  (crédito: Divulgação/ Make me laught )
Cena do filme Make me laught - (crédito: Divulgação/ Make me laught )

O curta-metragem Make me laugh (Faça-me rir, em português) dirigido, roteirizado e atuado pela estudante Giovanna Batista, de 17 anos, foi a única produção brasileira selecionada para o ConnectHer Film Festival 2023. A premiação é destinada a jovens cineastas de ensino médio e do ensino superior, com a finalidade de dar voz a jovens mulheres do mundo todo. O filme conta a história do luto e da união entre as irmãs Isis (Giovanna Batista) e Ária (Manuela Knup) após a morte da mãe e, ao mesmo tempo, trata da realidade feminina no mundo do Stand-Up Comedy.

A obra está concorrendo contra outros 84 filmes na etapa de votação popular da premiação. A partir da votação, 10 curtas serão selecionados e uma equipe de jurados definirá os três finalistas. O vencedor será anunciado em novembro, em um evento no Texas, Estados Unidos. Esta é a 11ª edição do ConnectHer Film Festival. O festival foca em histórias criadas e protagonizadas por mulheres e já deu mais de 250 mil dólares em bolsas de estudo.

Giovanna, que está no 3º ano do ensino médio no Colégio Marista de Brasília, participou de todo o processo de criação de Make me laugh. A estudante roteirizou, produziu, dirigiu e editou o curta, além de ser a protagonista do filme. O interesse pelo cinema não é algo recente na vida dela. Segundo a jovem, a paixão pela produção audiovisual começou há bastante tempo. "Atuo há oito anos e, ao longo do tempo, fui amadurecendo como pessoa e artista. Foi assim que descobri que, apesar de amar interpretar personagens, encontro uma realização ainda mais profunda escrevendo as minhas próprias histórias e tendo uma maior autonomia sobre os meus projetos", diz a jovem cineasta. "Vi no cinema uma oportunidade de retratar pelo roteiro, cores, sons, cenários e figurinos que compõem um filme quem eu sou, o que eu penso e como vejo o mundo", completa.

O curta-metragem retrata a difícil realidade da mulher na cena do stand-up comedy, um tipo de espetáculo de humor apresentado por uma única pessoa. O mercado nesse tipo de exibição é predominante masculino, com pouca divulgação do trabalho feminino. Este tipo de comédia sempre esteve presente no cotidiano da artista, mas ocupou um espaço maior na vida de Giovanna durante a pandemia. "Passei a escrever meu material e testar meus textos com quem eu estava de quarentena em casa e desenvolvi minha própria metodologia de criação de textos de comédia", afirma a estudante. "Me apaixonei tanto pelo humor que quis compartilhar essa paixão com um número maior de pessoas, por isso, fundei o Clube De Stand-Up Comedy no Colégio Marista de Brasília", acrescenta.

Giovanna enxergou no ConnectHer Film Festival uma oportunidade de chamar atenção para a causa feminina no mundo do stand-up comedy e denunciar o preconceito e a pouca representatividade das mulheres no humor. Além disso, a indicação abre um leque de possibilidades para a jovem. "A premiação significa um reconhecimento e um grande estímulo ao meu primeiro trabalho como cineasta, o que será fundamental para a minha aplicação em faculdades no exterior, pois quero estudar cinema fora do Brasil. Quero seguir esta carreira e sei que esse é só o começo", fala a atriz.

A brasiliense ainda destaca a importância da capital em seu trabalho. "Sobre Brasília, a cidade onde nasci e amo tanto, fiz questão de prestigiá-la mostrando ao mundo cenas gravadas às margens do Lago Paranoá, cartão postal da capital", disse. Make me laugh é a única produção brasileira concorrendo ao ConnectHer Film Festival. A votação ficará aberta até o dia 1º de setembro. Para participar, acesse o link. 

*Estagiário sob supervisão de Thays Martins

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