Um dos projetos mais longevos e marcantes na história showbis brasileiro, o Cantoria está de volta. Criado há quase 40 anos, foi registrado ao vivo em LP, a partir de gravação feita no Teatro Castro Alves, em Salvador, por Elomar, Vital Faria, Xangai e Geraldo Azevedo.
Ao ser retomado, em 2016, o espetáculo foi apresentado aqui na cidade. Outra vez em cartaz, Cantoria está de volta no auditório master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, na sexta-feira, às 21h. Em razão de outros compromissos assumidos, Geraldo Azevedo não estará presente.
O reencontro dos três marca a celebração dos 32 anos do disco, considerado referência e uma das principais obras da música de viola de repente. Um dos primeiros álbuns ao vivo gravados em sistema digital, traz 13 músicas. Entre as faixas estão Ai, que saudade d'ocê, de Vital Farias; Desafio do auto da Catingueira, de Elomar; e O ABC do preguiçoso, de Xangai.
Complementam o repertório canções que se tornaram clássicos da MPB como Caravana, Kukaya, Matança, Moça bonita, Talismã e Veja, às quais se juntam, as não menos importantes, Cantiga de amigo, Sabor colorido, Saga da Amazônia, Repente, Novena, Na quadrada das águas perdidas, Cantilhena de lua cheia, Arrumação, Estampas Eucalol e Saga de Severino.
"Eu fui convidado para participar mais uma vez desse grande encontro maravilhoso com meus amigos Elomar e Vital Farias. Dessa vez, vai faltar só Geraldinho que por conta de agenda não vai poder estar presente, porém, vamos fazer uma bela apresentação para deixar nosso amigo orgulhoso", destaca Xangai. "Eu estou sempre disposto a cantar, e quando estou acompanhado então nem se fala, ainda mais com dois grandes compositores que dispensam apresentações, espero poder fazer um grande evento", acrescenta.
Força cultural
Filho de Elomar, o violonista e arranjador João Omar que acompanhará o trio no show. Para o músico, o pai Elomar, Xangai e Vital Farias representam uma força cultural. "Eles não deixam perder as belezas de um sertão cada vez mais distante", ressalta João Omar. "Para mim, é um privilégio sem tamanho tomar parte mais uma vez desse encontro." Omar complementa: "Dessa vez, vou como ajudante musical de meu pai, que já não está em sua forma no violão, principalmente após ter enfrentado o covid, além de estar com 85 anos de estrada. Mas a expectativa é vê-los juntos de novo".
João Omar vai além: "A Cantoria foi um dos grandes marcos para mim, que cheguei a ter uma participação em uma das edições, em Salvador, no TCA. Já lá naquela época eu sentia algo mágico, como um encontro de trovadores do sertão. Representam uma força cultural que não deixa se perder as belezas de um sertão cada vez mais distante. Para mim, é um privilégio sem tamanho presenciar mais uma vez esse encontro."
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