Cinema

Cinebeijoca, um clássico da UnB, retorna ao Cine Brasília nesta segunda-feira

O Cine Brasília receberá as sessões mensais do projeto que marcou época na UnB. A primeira atração é Ladrões de cinema, de Fernando Coni Campos

Em homenagem ao Memorial Darcy Ribeiro, idealizador e primeiro reitor da Universidade de Brasília (UnB), o cineclube do curso de audiovisual da Faculdade de Comunicação (FAC/UnB) está de volta sob o nome de Cinebeijoca. A retomada é uma iniciativa dos professores do curso Pablo Gonçalo, João Lanari e Mariana Souto, e as exibições ocorrem mensalmente, em parceria com o Cine Brasília (106/107 Sul), de forma gratuita.

Amanhã, dia de reestreia do projeto, às 19h, será exibido o filme Ladrões de cinema, do cineasta baiano Fernando Coni Campos e que foi lançado em 1977. Segundo Pablo Gonçalo, o filme é convidativo e sintético aos ideais do Cinebeijoca. "Ladrões de cinema é um filme insólito e vibrante, com metalinguagem, ironia, comédia e atores canônicos do cinema brasileiro. É uma homenagem aos enredos de escola de samba e toda uma forma de celebração cultural, com verve crítica, que é importante ver na tela grande.

Gonçalo afirma que os cinemas públicos são imprescindíveis para o fomento cultural de qualquer cidade, especialmente as capitais. "Um cineclube num cinema público é um ato cidadão. Ali se encontram gerações, se debate o passado e os impasses atuais do país, da cidade, do nosso momento", conta o professor. "Num momento em que somos solapados por streamings e os cinemas estão combalidos, reativar a chama do cineclube é uma forma de vislumbrar futuros vibrantes para o cinema, essa arte tão cara ao nosso imaginário."

O professor João Lanari Bo, que ministra as turmas de história do cinema e linguagens cinematográfica e audiovisual, explica que a curadoria priorizou filmes que estão fora do radar, mas que são capazes de abrir um debate. "São aqueles filmes que a gente gosta, que tenham relevância e que sejam interessantes, mas que estejam num limbo."

O projeto tem a participação maciça de estudantes da universidade, que são os responsáveis por movimentar o Cinebeijoca. Matheus Leocádio, do 9° semestre de audiovisual, é um dos membros da equipe, e conta que a união entre alunos e professores tem sido fecunda: "Temos diferentes grupos de trabalho acompanhados pelos professores, que vão do pessoal da arte e das redes sociais até o pessoal do texto e da diagramação para as críticas e os folhetos que iremos produzir".

Apaixonado pelo cinema e as oportunidades que a arte abre, Matheus encontrou na FAC "um mundo de conhecimentos e novas possibilidades". No entanto, um problema que é detectado pelos estudantes era a falta de um espaço onde o conhecimento mais aprofundado dos professores pudesse ser difundido. "Sinto que a retomada do Cinebeijoca acolhe essa nossa vontade de dar vazão ao nosso conhecimento e a nossa paixão pelo que estudamos aqui na FAC", afirma Matheus

Leocádio percebe que a retomada do cineclube fortalece a formação dos estudantes do curso, pois "é uma atividade de extensão que coloca muito do que aprendemos no curso de audiovisual em prática." Ele detalha: "Muitos pensam que fazer filmes é a única possibilidade de atividade dentro do audiovisual, mas existe uma série de atividades para as quais estudamos e somos formados aqui. A curadoria e as movimentações culturais possíveis em um cineclube são uma dessas atividades e que agora são abarcadas dentro dessa retomada do Cinebeijoca."

Saiba Mais

Cinebeijoca apresenta Ladrões de cinema

Amanhã, às 19h no Cine Brasília.Entrada gratuita

*Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco