Conhecido por suas manifestações políticas nas redes sociais, o ator José de Abreu relembrou o episódio que cuspiu em um casal, após ter sido hostilizado em um restaurante em São Paulo, no ano de 2016. A lembrança foi publicada em seu perfil no Twitter e teve como pano de fundo o caso em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e sua família foram agredidos no aeroporto de Roma, na Itália.
Nas publicações na rede social, o ator também recordou quando seus filhos foram agredidos devido ao seu trabalho. José de Abreu é declaradamente militante do PT e aliado do presidente Lula (PT). Por suas posições políticas, ele se tornou um dos principais alvos da oposição e dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No episódio da cusparada, José de Abreu justificou que essa atitude foi tomada com o objetivo de evitar um desentendimento maior no restaurante. Ele afirmou que é "muito ruim" ser hostilizado quando se está em um momento de descontração.
"Putz, é uma sensação muito ruim ser agredido num momento de descontração, como um jantar, uma viagem. Esses merdas não têm esse direito. Minha cuspida foi para evitar uma briga num restaurante pequeno, completamente lotado. Iria ser uma loucura... Sensação estranha, não é normal", escreveu o ator, em seu perfil no Twitter.
Segundo o ator, na ocasião ele foi xingado de "ladrão, comunista e vagabunda", além de ter que ouvir sua então esposa, Priscila Petit, também ser alvo de xingamentos de baixo calão.
"Do nada uns malucos começam a te xingar de ladrão, comunista, vagabundo. Do nada. E minha acompanhante de vagabunda... Você se sente completamente desarmado, demora para entender o que está acontecendo. É fora do cotidiano, não tem registro. Tem um tempo até você entender", escreveu.
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Defesa do casal
À época, o casal Ana Cláudia e Tiago, alvo do cuspe de José de Abreu, classificou, por meio de nota enviada à imprensa, a atitude do ator como um "descontrole" e reforçou que nada "justificaria ou autorizaria a atitude repugnante" do artista.
"Como amplamente divulgado pelas redes sociais e pela mídia, os jovens Ana Cláudia, publicitária, e Tiago, advogado, ambos de 25 anos, namorados, estavam jantando em um restaurante japonês na zona sul de São Paulo, na noite de sexta-feira, 22 de abril, quando foram covardemente agredidos com palavras e atitudes pelo ator José de Abreu. A partir de então, ambos vêm recebendo insistentes convites para entrevistas de diferentes veículos de comunicação. Contudo, o jovem casal, para manter a própria privacidade e a de suas respectivas famílias, decidiu manifestar-se exclusivamente por meio desta nota. Os dois querem virar definitivamente a página deste lamentável episódio, provavelmente resultado de um momento de descontrole do senhor José de Abreu. Nada naquela ocasião, nem mesmo eventuais comentários que viessem de encontro às convicções político-ideológicas do ator, justificaria ou autorizaria a atitude repugnante deste senhor. Trata-se de ato incompatível com a civilização do século XXI, com o agravante de ter sido praticado por uma figura pública, nacionalmente conhecida, de quem se espera exemplo. Para Ana Cláudia e Tiago, que integram uma nova geração de brasileiros e que acreditam no futuro do País, o Brasil precisa retomar o espírito ordeiro, pacífico e honesto de nossa sociedade", diz o comunicado.
Ataque aos filhos de Abreu
Em outra publicação, José de Abreu também contou no Twitter que um de seus filhos já foi agredido devido o seu trabalho. "Bateram no meu filho por causa do meu trabalho. Eu tenho o direito do meu lado. São muito burros."
Moraes hostilizado
Três brasileiros hostilizaram, na sexta-feira (15/7), o ministro do STF Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma. Segundo a Polícia Federal (PF), os agressores são Andréia Mantovani, Roberto Mantovani Filho e Alex Zanata.
Moraes estava acompanhado pela família. O filho de Moraes chegou a ser agredido fisicamente, segundo a PF. O ministro estava na Itália para uma palestra. Moraes viajou com a família para participar do Fórum Internacional de Direito. Procurado, o STF informou que não se manifestaria sobre o caso.