Hollywood

Sindicato dos atores se une à greve dos roteiristas de Hollywood

A greve reivindica melhores salários em face à era dos streamings e o início do uso de inteligência artificial em grandes produções.

A greve dos roteiristas de Hollywood eclodiu no início de maio deste ano e o movimento foi grande o suficiente para atrasar o calendário de lançamentos, pelo menos, até 2024. A reivindicação dos profissionais, juntamente com o sindicato (Writer's Guild of America), é por melhorias dos pagamentos para o setor de base no cinema e na televisão, e a decisão de greve foi determinada por conta de negociações frustradas com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), que representa os grandes estúdios. Ainda sem expectativa de alcançar uma solução, nesta sexta-feira (14/07), o sindicato dos atores (SAG-AFTRA) entra oficialmente na greve, o que resulta em uma paralisação generalizada da indústria do entretenimento.

Os roteiristas estão presentes em várias etapas de uma proudção para manter a coesão da obra. Os atrasos devido à greve interrompem a produção de obras que ainda estão na etapa da construção do roteiro, assim como as que estão na fase das gravações. Alguns produtos televisivos, como os grandes programas no estilo talk-show, estão pausados por tempo indeterminado pois os roteiros são escritos e idealizados dias ou até horas antes de ir ao ar. As premiações também estão paralisadas indeterminadamente, apesar de anúncios das indicações, como recentemente fez o Emmy. Os eventos das premiações não deverão acontecer nas datas de costume.

Muitos estúdios estão apostando na falta de negociação até o final do ano e em deixar a greve terminar por meio do cansaço e da falta de verbas e pagamento, como apontado pelo site Deadline. Alguns atores já haviam se juntado à greve e outros declararam apoio à greve, mas agora artistas sindicalizados estão impedidos de fazerem novas filmagens e de participarem de eventos de divulgação de seus trabalhos.

A indústria do entretenimento não vê uma greve tão grande como essa, em que duas áreas se unem na reivindicação de novos acordos com os estúdios, há mais de 63 anos. A última greve dos roteiristas, que aconteceu entre 2007 e 2008, durou 100 dias, causou a paralisação de mais de 60 programas de TV e a queda na audiência e da venda de anúncios. As consequências repercutiram ao ponto de gerar prejuízo ao estado da Califórnia, onde a indústria do entretenimento é uma das principais atividades econômicas. Essa última greve só teve fim após o sindicato dos diretores (DGA) fazer um acordo com a AMPTP, o que permitiu um acordo com os roteiristas.

 

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