O dia 25 de julho foi escolhido, ainda em 1960 no governo de Jucelino Kubitschek, como data para celebrar e enaltecer o trabalho de autores brasileiros que encantam a todos com seus textos e histórias que nos transformam. A escolha da data partiu da União Brasileira de Escritores (UBE), após a realização do I Festival do Escritor Brasileiro.
Como uma forma de destacar o trabalho de artistas que estão há anos entre os mais renomados da categoria, o Correio separou 10 autores contemporâneos que valem a leitura.
Micheliny Verunschk — A violência na formação da sociedade brasileira é um dos grandes temas da escritora pernambucana, que ganhou o prêmio Jabuti pelo romance O som do rugido da onça e acaba de publicar Caminhando com os mortos. Os dois livros fazem parte de uma trilogia na qual Micheliny Verunschk tenta repensar o Brasil a partir do que chama de “suas violências fundantes”. A violência colonial, a de cunho religioso, a violência agrária e contra a mulher aparecem nesses livros de maneira pujante.
Jarid Arraes — A escritora cearense já foi descrita como a Lady Gaga do sertão. A linguagem pop com a qual aborda as narrativas ajudou nessa classificação, mas a escrita de Arraes vai muito além da superficialidade do pop. Com livros como Redemoinho em dia quente e Um buraco dom meu nome, a autora traz personagens mulheres inspiradas no universo nordestino, dos mitos às histórias de cordel. Jarid Arraes venceu o Prêmio Biblioteca Nacional, o APCA de Literatura e foi finalista do Jabuti.
Conceição Evaristo — Uma das autoras mais importantes do país, Conceição Evaristo dá protagonismo a personagens negras e a mulheres. Ancestralidade, escravização, condição feminina e exclusão são alguns dos temas tratados pela autora em romances como Ponciá Vicêncio, Becos da memória e Canção para ninar menino grande.
Natalia Borges Polesso — Vencedoras de prêmios como o Açorianos e o Jabuti, Natália Borges Polesso traz para a literatura temas como identidade, sexualidade, relações familiares e afetivas e solidão. A autora começou a ficar conhecida com o livro de contos Amora, mas publicou excelentes romances, como Controle, Corpos secos (uma parceria com Marcelo Ferroni, Samir Machado de Machado e Luisa Geisler) e A extinção das abelhas, este último uma distopia que imagina um mundo pós-apocalíptico.
Carol Bensimon — Autora de Sinuca embaixo d'água, O clube dos jardineiros da fumaça e Diorama, Carol Bensimon constrói personagens envolvidos em tramas nas quais precisam lidar com situações de deslocamento, relações familiares, surpresas da autodescoberta e o isolamento. Seus personagens estão sempre mergulhados na busca da própria identidade e em situações familiares complicadas.
Daniel Galera — Daniel Galera começou a fazer sucesso no final dos anos 1990 e início dos 2000, com fanzines eletrônicos e escrevendo em blogs. Ele foi um dos primeiros autores a levar a ficção para a internet, com contos que depois deram origem ao livro Dentes guardados, mas foi com os romances que ele firmou o pé na literatura contemporânea brasileira. Barba ensopada de sangue, Mãos de cavalo e Até o dia em que o cão morreu conquistaram leitores de todas as idades. Mais recentemente, lançou O deus das avencas, uma coleção de três novelas com histórias distópicas e apocalípticas.
Jefferson Tenório — Professor, pesquisador, ativista e escritor, Jefferson Tenório ganhou o Prêmio Jabuti pelo romance O avesso da pele, em 2021, e foi finalista do Oceanos com o mesmo livro. Acabou ganhando destaque com uma história comovente e dura. Seu primeiro romance data de 2013 e leva o título de Beijo na parede. Em 2018 publicou Estela sem deus. Desigualdade social, injustiça racial, pertencimento e a própria literatura são algumas das questões discutidas nos livros do autor
Itamar Vieira Jr — O autor ganhou a cena literária nacional com Torto arado, que ganhou o Prêmio Leya e o Jabuti com uma história que recupera narrativas rurais do interior da Bahia e traz para o leitor as grandes questões do campo brasileiro. Decolonização, pertencimento e posse da terra, desigualdades sociais e um certo misticismo conduzem as histórias de Itamar, que acaba de publicar Salvar o fogo, uma espécie de sequência de Torto arado.
Geovani Martins — Foi Chico Buarque quem apontou o dedo para os contos de O sol na cabeça, um conjunto de histórias criadas a partir da experiência do próprio autor como morador de favela no Rio de Janeiro. Os personagens de Geovani, que também publicou o romance Via Ápia, estão sempre no limite entre a cidade e o morro, têm que conviver com fronteiras sociais muito definidas e estão em busca da própria identidade em um ambiente cerceado pela desigualdade.
André de Leones — Autor de oito romances, André de Leones explora narrativas nas quais a complexidade das relações afetivas e familiares, a violência, o questionamento sobre os lugares de onde se vem e a necessidade de lidar com o isolamento e a solidão nos ambientes urbanos emergem como verdadeiras encruzilhadas para os personagens. O autor acaba de publicar Vento de queimada, mas vale a pena ler Dentes negros, Abaixo do paraíso e Eufrates.
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