Nos bastidores da indústria musical, a cantora e compositora NJOMZA é responsável por alguns dos maiores sucessos dos últimos tempos. Ao lado da diva pop Ariana Grande, a alemã, criada em Chicago, compôs os hits thank u, next e 7 rings — músicas que fizeram história devido aos recordes batidos nas plataformas digitais. Agora, NJOMZA mergulha em um momento mais pessoal da carreira com o lançamento do EP Stages, uma coleção de faixas que giram em torno do processo de luto após o fim de um relacionamento.
Apesar do projeto trazer a público letras que abordam a vida privada da cantora, a alemã considera as decepções amorosas que já viveu ótimas inspirações para compor. “Infelizmente, as desilusões têm sido um tema constante na minha vida”, ri. “Eu diria que elas estão no meu top 3 maiores inspirações”, conta.
Para NJOMZA, as composições servem até como forma de superar o sentimento de coração partido. “É muito terapêutico poder escrever sobre minhas experiências. É uma forma de escape muito boa para mim, e eu não acho que sobreviveria sem isso”, afirma a artista. “Escrever sobre esses temas é algo que vem naturalmente para mim. Eu sei que todos nós passamos por essas desilusões, então isso faz com que eu me sinta melhor, saber que existem várias pessoas por aí que conseguem se relacionar com isso, que passaram por situações semelhantes às que estou passando”, complementa.
No entanto, quem escuta as músicas de Stages sem prestar atenção na letra, não imagina que se tratam de assuntos tristes — as sete faixas do EP tem como pano de fundo uma batida upbeat, que bebem da fonte do dance music e do R&B. “Eu já estava me sentindo para baixo, me sentindo triste durante os momentos de composição, então eu precisava de algo para me trazer de volta ao equilíbrio. Eu sempre acho divertido quando as músicas tem uma batida mais para cima, enquanto a letra é um pouco triste ou até mesmo catártica”, avalia. “As músicas do EP definitivamente tem uma energia de “vou dançar, mas com lágrimas nos olhos”, brinca.
Com apenas 29 anos, NJOMZA foi fortemente influenciada pela sonoridade da década em que nasceu. “Entre 1990 e o início dos anos 2000, foi quando eu realmente me apaixonei pela música. Eu era muito nova, mas eu tenho uma irmã mais velha que estava constantemente colocando músicas pop e do R&B para tocar. Isso realmente me influenciou desde muito cedo, e eu acredito que isso transparece muito na minha música”, opina.
A cantora deu início à carreira musical há mais de dez anos, quando começou a postar covers de artistas como Kid Cudi e Mac Miller no YouTube. Foi assim que Mac descobriu a alemã, que se tornou a primeira artista do selo de gravação do rapper. Os dois chegaram a colaborar musicalmente na faixa Planet God damn, do The divine feminine, penúltimo disco do músico. “Ele batia muito na tecla que devíamos apenas focar na música em si, e não em tudo que vem junto quando você entra para a indústria musical”, relembra. “Só de observar ele trabalhando no geral era uma enorme lição para mim como compositora. Ele era um compositor e um músico incrível, então eu aprendi todas as vezes que estive perto dele”, relata a artista. O rapper morreu em setembro de 2018, vítima de uma overdose.
Além das parcerias com Ariana Grande e Mac Miller, NJOMZA trabalhou com Luísa Sonza durante as gravações do novo disco da brasileira. “Eu amo escrever música, tanto para mim, quanto para outros artistas. Eu sempre digo que, nas minhas próprias músicas, eu posso liberar tudo que estou passando e falar sobre tudo que está passando na minha cabeça. No entanto, quando eu trabalho com outros artistas, eu mergulho de cabeça no mundo deles e deixo o meu de lado por um tempo, e há algo de relaxante nisso”, pontua.
O contato de NJOMZA com o Brasil vai além do trabalho com Luísa — no clipe de Emotional, do EP Stages, a alemã trabalhou com os coreógrafos brasileiros Caco Aniceto, do balé de Gloria Groove, e Karla Souza. “Eu amo o Brasil e amo todos os brasileiros que eu já conheci. Eu estou morrendo de vontade de visitar o país. Preciso fazer isso acontecer o mais rápido possível, porque já se passou muito tempo”, diz. “Eu estou torcendo para que, no máximo, eu esteja aí no ano que vem”, finaliza.
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