Em 2008, Jason Mraz cantou "eu sou seu" para o mundo e conquistou multidões com um violão e muita alegria. O cantor trouxe para o pop um ar de natureza e foi um fenômeno na virada para os anos 2010, lotando shows no mundo todo, inclusive em Brasília. Atualmente, 15 anos depois, o artista continua a espalhar a alegria com Mystical magical rhythmical radical ride, o oitavo álbum da carreira.
O novo disco foi uma forma de Mraz enaltecer o amor que sente pela vida. Em tradução literal, o nome do disco é jornada mística, mágica, rítmica e radical, que nada mais do que a forma como o cantor enxerga a vida. "É a representação do milagre de que estamos aqui. Tem algo que nos dá energia para o nosso coração bater, que coloca sonhos na nossa mente e nos dá esse tempo precioso para existir com as flores, os animais e toda a natureza", afirma o cantor, em entrevista ao Correio. "Quando você fala 'vida', dá a impressão de algo curto. Porém, Mystical magical rhythmical radical ride é uma expressão que coloca tudo que eu sinto. Toda a felicidade que existe na vida", completa.
As 10 faixas do disco são um trabalho conjunto de Jason com os amigos. Durante a pandemia, ele se juntou com as poucas pessoas que podia para fazer algo novo e parar de acumular ideias em pastas do próprio computador. "Esse processo foi compartilhado entre amigos para ter certeza que a minha perspectiva estava dialogando com o coração de outras pessoas diferentes de mim", afirma o músico, que quer ter o máximo de opiniões possíveis na arte que faz. "É uma mensagem muito pesada cantar qualquer música e eu não quero ser a pessoa que vai falar o jeito que é certo de fazer música", explica. Sem contar o amor do artista por colaborar: "Conforme fui ficando mais velho, comecei a amar e a colaborar com pessoas que eu amo".
O resultado dessa união com as pessoas amadas serviu como resposta aos tempos sombrios de pandemia. Um disco que mais uma vez é a forma de Mraz de semear a alegria. "Eu sou muito sensível à negatividade do mundo, eu consigo sentir esses sofrimentos alheios. A música é uma forma que eu posso contra atacar isso. Devolver algo de volta para que o mundo possa dissolver esses sentimentos ruins", reflete o cantor. "Eu tento olhar para as músicas de forma a perguntar: 'como essa música vai servir outro ser humano? Qual é o propósito e a qualidade que tem nessa música que pode importar a alguém?'", explana Jason, que vê a música como um ato de serviço. "O serviço para outra pessoa sempre produz alegria".
No caso de Jason, a arte tem ligação direta com a própria vida. Afinal, ele encontra a felicidade que precisa longe dos estúdios para então disseminá-la em forma de música. "Tento achar felicidade na minha vida para quando eu voltar para o meu instrumento ou computador eu conseguir importar essa felicidade para o trabalho", comenta. "Na minha vida, gosto de sempre tirar um tempo para trabalhar no meu jardim, comigo mesmo. Também comecei a andar de patins, como eu fazia quando era criança", conta o artista, que dessa forma tem conquistado o maior objetivo da própria vida há 15 anos. "A minha maior missão é continuar fazendo músicas felizes e com propósito", diz.
Alegria compartilhada
Nada que Jason Mraz fez teria valido a pena se ele não conseguisse transmitir e vivenciar com o público. "Eu tento fazer cada show valer a pena e cada público se sentir importante. A audiência me deu o mais valioso para eles, tempo e atenção, se as pessoas estão em pé por horas eu preciso que aquele momento seja único", fala o artista. "Eu sempre penso primeiro em entreter, mas também quero inspirar, educar, fazer pessoas falarem 'meu deus do céu' ou até fantasiam que estão comigo no palco", acrescenta. "Quero que seja a coisa mais bonita e esquisita que todos já viram. Isso é muito legal. Quero criar uma camada perfeita só sendo eu mesmo", finaliza.
Apesar de já estar nessa há anos, ele acredita que ainda tem muito a aprender. "Tento sempre permanecer humilde. Eu não sei o que estou fazendo, sou apenas uma criança, mas se vocês me ajudarem vamos conseguir fazer isso juntos", pontua.
Contudo, se o assunto é apresentação ao vivo, não há lugar melhor que o Brasil. O artista já veio ao país em cinco oportunidades diferentes sendo a última em 2017. Brasília foi em 2013 ao lado de Stevie Wonder e Ivete Sangalo. "Não há nenhuma outra comunidade no mundo que tenha essa essência magnética que puxa você para perto. É um país que te atrai, deseja e seduz, parece que tem uma voz sempre: 'por favor, volte para o Brasil. Nós queremos você, precisamos de você'", elogia Jason. O cantor afirma que está tentando achar formas de voltar ao país, mas o que dificulta é trazer todo aparato com banda completa, o que levanta uma possibilidade: "Quem sabe, em uma jogada esperta, eu não convoco alguns brasileiros para serem a minha banda? Resolveria muita coisa".
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