Adeus, mestre!

Velório de Alexandre Ribondi lota de emoção o teatro Casa dos Quatro

Amigos, familiares, alunos e artistas da capital se despediram de um dos pioneiros do teatro brasiliense como se conhece

O espaço cultural e teatro Casa dos Quatro estava cheio neste domingo (11/6). Infelizmente, o motivo era a despedida de um dos seus fundadores. O velório do ator, dramaturgo, encenador, jornalista e professor Alexandre Ribondi foi realizado no local, que recebeu mais de 200 pessoas para se despedir de um dos artistas mais importantes da história do teatro candango.

O clima no geral era de encontro, havia choro e luto, mas não como um velório em uma capela de um cemitério. Era um velório de artistas. Entre as conversas dos amigos, familiares, alunos e artistas da capital, que compareceram ao teatro na 708 norte, era possível ouvir lembranças carinhosas do dramaturgo e até piadas. “Ribondi ia querer que estivéssemos rindo agora”, foi uma frase repetida mais de uma vez por pessoas que atenderam ao local.

Alexandre Ribondi morreu em decorrência de complicações após ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC). Ele passou um mês internado no Hospital de Base, e estava desde o dia 16 de maio na UTI devido a uma parada cardíaca. “Ele sofreu muito nessas últimas quatro semanas. Parece clichê, mas acho que é uma saudade e uma dor para nós, mas um alívio para ele”, avalia Ludovico Ribondi, irmão mais velho do artista. “Um homem com essa atividade intelectual e essa interação social, de repente, perder tudo isso, muito triste”, lamenta o irmão.

 

Ed Alves/CB/DA.Press - 11/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Velório de Alexandre Ribondi.
Ed Alves/CB/DA.Press - 11/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Velório de Alexandre Ribondi.
Ed Alves/CB/DA.Press - 11/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Velório de Alexandre Ribondi.
Ed Alves/CB/DA.Press - 11/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Velório de Alexandre Ribondi.
Ed Alves/CB/DA.Press - 11/06/2023 Credito: Ed Alves/CB/DA.Press. Cidades. Velório de Alexandre Ribondi.

 

A despedida do grande artista parecia ter a essência que ele deixava nos palcos. “Ainda acho que é tudo uma grande piada de mau gosto, Ribondi era cheio delas. Já já ele vai levantar e falar: ‘só assim para isso aqui ficar lotado’”, brincou Morillo Carvalho, produtor cultural, ator e um dos fundadores da Casa dos Quatro. Morillo era vizinho, foi aluno e ator de Ribondi, mas, primeiramente, um grande amigo. “Não demorou dois minuto do momento em que a gente se conheceu para que percebêssemos que seríamos melhores amigos”, lembra.

O tom cômico de Ribondi estava lá também. “Essa é a verdadeira parada gay”, brincou Ludovico Ribondi, que também é o responsável pelo convite que trouxe Alexandre para fazer história na capital. “Olha quanta gente bonita, batalhadora e maravilhosa ele juntou aqui. Esse menino era terrível de bom”, diz o parente em um tom de orgulho.

Entre o choro, as cantorias e gritos de “bravo!”, aqueles que mais o amavam se despediram de um mestre do teatro brasiliense. O sentimento que ficou presente na Casa do Quatro foi um vazio imenso, causado pela falta de uma pessoa que, antes de todos os ofícios, era profissional em preencher o coração daqueles que ali diziam adeus. A canção Peixe vivo, pouco antes do caixão ser levado para o carro funerário, ressoou o questionamento de todos ali. “Como poderei viver sem a tua companhia”, entoaram os presentes.

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