O Ministério da Justiça recebeu um pedido feito pelo advogado Ary Bergher, vice-presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e presidente do Instituto Memorial do Holocausto, para que o cantor Roger Waters seja impedido de entrar e fazer show no Brasil.
A solicitação foi enviada ao governo uma semana depois do ex-vocalista do Pink Floyd anunciar a passagem da sua turnê de despedida This is Not a Drill por seis cidades brasileiras. A motivação seria o episódio em que Waters vestiu uma roupa com referências nazistas durante show em Berlim, na Alemanha.
Bergher pediu ainda que, se Waters entrar no Brasil, o Ministério da Justiça escale a Polícia Federal e a Polícia Civil para monitorar os shows do cantor, marcados para ocorrer ocorrer no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Curitiba e Belo Horizonte, entre outubro e novembro. Além disso, o advogado quer que, se o roqueiro fizer alguma menção nazista durante essas apresentações, as corporações tomem as devidas providências para aplicar punições.
De acordo com informações reveladas pelo jornal O Globo, o pedido foi endereçado diretamente ao ministro da Justiça, Flávio Dino, em 29 de maio. Na apresentação em Berlim que motivou o pedido, Waters vestiu uma camisa e um sobretudo pretos com elementos de cunho nazistas e, com uma espécie de metralhadora falsa, disparou tiros fictícios. Após o episódio, a polícia de Berlim abriu uma investigação contra o astro do rock por incitação ao ódio.
Waters se defendeu das acusações de apologia ao nazismo e garantiu que o figurino era uma forma de demonstrar sua oposição ao nazismo e à intolerância.