Já faz cinco anos que uma animação integrada pelo poderio de produção da Sony Pictures Animation, Marvel Entertainment e Columbia Pictures levou ao mundo não apenas a versão do Homem-Aranha negro Miles Morales, mas ainda faturou o Oscar.
Agora, na sequência que chega à telona, Homem-Aranha: Através do aranhaverso sai o trio de diretores do primeiro longa — um grupo formado por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman —, e a liga de diretores substitutos dá as caras: Kemp Powers (codiretor de Soul, premiado filme da Disney), Justin K. Thompson (da equipe de animação de Star Wars: Clone Wars) e o português Joaquim dos Santos (produtor da série Voltron).
O fator que comanda a trama é a amizade, que agora avança para relacionamento amoroso, entre o Homem-Aranha central (que teria substituído a versão morta de Peter Parker, e que novamente é dublado por Shameik Moore) e Gwen Stacy, a Mulher-Aranha da Terra 65 (personagem com a voz de Hailee Steinfeld). Contabilizando quase uma centena de personagens com intermináveis variações, o roteiro dividido pelos escritores David Callaham, Phil Lord e Christopher Miller traz o desdobramento do contato do protagonista com um chamado exército de "pessoas-aranha".
Com a garantia de um terceiro longa-metragem em andamento, o segundo capítulo da trilogia coloca Morales em uma crise para defender aqueles que mais ama. Definir o que seja um herói está na trilha do jovem herói que encara mais um recomeço, não apenas no Brooklyn que tanto conhece, mas ainda por intermináveis camadas de um multiverso, aos poucos, por ele desvendado.
O risco das modificações do multiverso, por vezes, ameaça as facetas de Miles Morales, uma vez ciente de que a máscara de Homem-Aranha (usada por ele) pode aderir a qualquer outra existência. Arquinimigo do Cabeça de Teia, o Abutre (na voz de Jorma Taccone) tem espaço certeiro no novo filme.
O tom da nova aventura, pelas impressões de quem já a assistiu, envereda para algo "mais sombrio e triste", na comparação com o filme de 2018. Segundo o site Collider, num jogo de identidades embaralhadas o pai-identidade de Gwen, o integrante da polícia George Stacy (com profissão similar à do pai de Morales, Jefferson Davis, que ganha a voz de Brian Tyree Henry) finalmente aparecerá em cena, depois de já ter sido interpretado em alguns filmes de live-action (desde 2007).
Em parte, a relação entre Gwen e Miles é sabotada com as exigências de Homem-Aranha 2099, presente na trama e que ainda atende por Miguel O'Hara (Oscar Isaac, na voz daquela considerada a versão latino-americana de Homem-Aranha). Entre os inusitados personagens do novo filme está a bebezinha de Mary Jane Parker, May Mayday Parker — dotada de muita agilidade e dinâmica. Ainda sempre lembrado pelo drama de terror Corra!, o ator Daniel Kaluuya dará voz ao personagem Spider-Punk.