Com o tema Bem Viver, a 16° edição do Festival Latinidades celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana Caribenha no Brasil com uma programação de oficinas, painéis, conferências, show, palestras e mesas de debate com especialistas nacionais e internacionais. Brasília será a primeira das quatro cidades que recebem o festival em julho. O evento passa também pelo Rio de Janeiro (15/7), São Paulo (21/7 a 23/7) e Salvador (29/7 e 30/7). Toda a programação ocorre no Museu Nacional entre os dias 6 e 9 de julho.
Considerado o maior festival de mulheres negras da América Latina e com crescente participação internacional, o Latinidades é uma iniciativa contínua de promoção de equidade de raça e gênero com uma plataforma de formação e impulsionamento de trajetórias de mulheres negras nos mais diversos campos de atuação. O festival, que teve sua primeira edição em 2008, é idealizado por Jaqueline Fernandes, especialista em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça e em Estudos Afro Latino Americanos e Caribenhos.
Composto por uma comunicação multilinguagem, o evento busca desenvolver diálogos com o poder público e com organizações não-governamentais, movimentos sociais e culturais, universidades, redes, coletivos e outros grupos. É um espaço para convergir iniciativas do estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo e do sexismo e à promoção da igualdade racial. A programação inclui debates, palestras, oficinas, vivências, painéis, conferências, lançamentos literários, rodada de negócios, desfiles e apresentações de dança, feira de empreendedorismo, teatro e shows de música.
Com a presenças das ministras Margareth Menezes e Anielle Franco, o Latinidades conta com figuras nacionais e internacionais que representam a mulher negra latino-americana caribenha no Brasil. Alguns nomes são: Beth de Oxum, Carla Akotirene, as artistas Bixarte, Brisa Flow como palestrantes; a influencer e produtora cultural Dandara Pagu e a cantora Flora Matos. Todas as participantes estão descritas na programação disponível no link.
O tema Bem Viver
A ideia de "bem viver", tema do festival, é inspirada nos povos originários Aymara e Kichwa e tem ressonância nos modos de viver dos povos da floresta e povos tradicionais da América Latina. O conceito de Bem Viver vem, cada vez mais, ganhando força em toda a região e confronta diretamente o modelo vigente desenvolvimentista e exploratório da natureza e dos seres humanos.
Desde a Primeira Marcha de Mulheres Negras, idealizada pela ativista paraense Nilma Bentes e realizada em 2015, as pautas do Bem Viver têm sido fortemente incorporadas às agendas dos movimentos de mulheres negras.
A 16ª edição do Festival Latinidades vai promover debates sobre a importância de construir a cultura do Bem Viver a partir da produção artística, ativista e intelectual de mulheres negras, hermanadas com as mulheres indígenas. A ideia é que o Bem Viver alcance todas as pessoas e que paute um conjunto de práticas integrativas, de direitos transversais e diálogos com as políticas públicas, as espiritualidades, os cuidados e autocuidados, saúde mental, direitos e saberes das comunidades tradicionais ameríndias, africanas e negras em diáspora.
Serviço
Festival Latinidades
De 6 a 9 de julho no Museu Nacional, Brasília-DF. Entrada Gratuita. Evento livre para todos os públicos.
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