Música

Documentário no streaming conta a trajetória dos Paralamas do Sucesso

A história dos Paralamas do Sucesso é celebrada no novo episódio do especial "Bios. Vidas que marcaram a sua". A produção já está disponível no catálogo da Star

Isabela Berrogain
postado em 19/06/2023 10:36 / atualizado em 19/06/2023 10:53
 (crédito: Divulgação/Capital Moto Week)
(crédito: Divulgação/Capital Moto Week)

Os anos 1980 estão eternamente marcados na história da música brasileira. Inegavelmente, a década foi uma das mais movimentadas para o rock nacional, tornando-se responsável por unir algumas das maiores bandas que o Brasil testemunhou — em meio a nomes como Legião Urbana, Titãs e Capital Inicial, o trio de amigos Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone, mais conhecido como Os Paralamas do Sucesso, rapidamente conquistou o coração dos brasileiros. Hoje, o grupo, prova viva do poder da música e da resistência ao tempo, é eternizado no novo episódio do especial Bios. Vidas que marcaram a sua, disponível no catálogo da Star .

Para o vocalista Herbert Vianna, o segredo da longevidade do Paralamas se resume a não pensar em longevidade. "O segredo é pensar no próximo passo e no entusiasmo que temos a respeito disso. Como a gente fala nas nossas internas 'paralâmicas', é pensar no nosso objetivo de virar o mapa do Brasil do avesso, ou seja, tocar em todos os pequenos povoados e onde for possível tocar, além de continuar com os nossos processos que chamamos de 'vômitos emocionais'", revela o cantor ao se referir às canções mais sentimentais da discografia.

Ao longo dos 40 anos de carreira, a história dos responsáveis por sucessos imortais como Lanterna dos afogados e Meu erro já foi contada ao público diversas vezes. No entanto, desta vez, a banda é retratada sob um novo recorte. Por meio de imagens inéditas de arquivo e entrevistas com os integrantes, os Paralamas do Sucesso relembram a criação e o desenvolvimento do grupo em uma narrativa baseada na extensa discografia do trio.

"A gente foi convidado para fazer o Bios e aceitou, porque estávamos com uma premissa de contar essa história de uma forma bem revisitada. Por isso, a gente se deu o trabalho de abrir nosso arquivo sentimental, na certeza de que fariam um corte muito bacana dessa história que já foi contada algumas vezes, afinal de contas temos 40 anos", explica o baterista João Barone. "Eu tenho certeza de que todo mundo que assistir o nosso Bios terá uma percepção muito legal, realista, sincera e, acima de tudo, muito sentimental da banda, porque todo mundo fica sensibilizado quando vê o programa", opina. Um dos momentos-chave da produção permeia o acidente que deixou Herbert Vianna paraplégico e matou a esposa do cantor. A partir da tragédia, o documentário mostra o poder de cura da música e a dimensão da amizade entre os três artistas.

O documentário também teve acesso exclusivo aos atuais ensaios do conjunto musical e à casa da mãe do baixista Bi Ribeiro, lugar marcante na história da banda. "A minha mãe guarda muitas coisas da gente, desde fotografias e camisetas, é um acervo muito grande. Ela mora naquele lugar desde 1980, e sempre foi uma das sedes mais importantes do Paralamas", relata Bi. "A casa da minha mãe sempre foi um ponto de encontro de amigos. Minha família é grande e sempre teve muita gente e muita festa. Isso vem da casa da minha avó, onde a gente ensaiava originalmente. A vovó Ondina era muito acolhedora, deixava o quarto para a gente poder tocar e fazer barulho, e ainda defendia a gente quando iam reclamar", relembra.

Os ensaios, inclusive, foram retratados no primeiro disco do Paralamas, Cinema mudo (1983). Como forma de celebrar o apoio, o grupo compôs a canção Vovó Ondina é gente fina. "Silêncio, meninos, toquem mais baixo que o velhinho aqui de baixo está doente de dar dó. E o rock rolava na casa da vovó", canta Herbert na faixa. "Ela tinha toda a paciência e boa vontade do mundo contra uma vizinha que sempre reclamava muito", conta o vocalista.

Renovação

Unindo-se à uma legião que acompanha a banda desde 1980, uma nova geração têm se tornado fã de carteirinha do Paralamas. Neste ano, a banda se apresentou, pela primeira vez, no Lollapalooza Brasil e levou uma multidão de jovens de 20 e poucos anos à frente de um dos principais palcos do festival. Para os integrantes, o documentário também é uma forma de levar a história do Paralamas a estes fãs mais jovens, que não acompanharam por completo a trajetória do grupo. "Para quem não conhece a banda ou apenas ouviu falar, é uma boa chance de entender o nosso universo e as nossas músicas. Entender como a banda começou e como estamos juntos até hoje", avalia Bi.

"O documentário apresenta a banda para um público muito grande e, ao mesmo tempo, para nós tem um peso importante, porque dá um ressignificado. Depois desses 40 anos, a gente vê a nossa história sendo retratada de uma maneira tão bacana, com depoimentos de pessoas muito importantes falando do nosso trabalho. Isso é realmente de lavar a alma", complementa Barone. A produção conta com relatos de nomes importantes para a história do grupo, como Gilberto Gil, Fito Páez, Carlinhos Brown, Dado Villa-Lobos, Dinho Ouro Preto e Roberto Frejat. "Daqui a pouco a gente faz o especial de 80 anos da banda", ri Barone.

 


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