APOLOGIA DO NAZISMO

Roger Waters rebate acusação de apologia ao nazismo: "Querem me caluniar"

Nesta semana, o Ministério da Justiça do Brasil recebeu um pedido para proibir os shows do ex-vocalista do Pink Floyd

Cecília Sóter
postado em 10/06/2023 14:54
 (crédito: Twitter @Ostrov_A/Reprodução)
(crédito: Twitter @Ostrov_A/Reprodução)

O cantor Roger Waters se pronunciou através de uma nota oficial sobre a  performance durante um show em Berlim, no dia 17 de maio, em que ele aparece vestido em um uniforme com referências nazistas. O pronunciamento, emitido neste sábado (10/6), ocorre na semana que o Ministério da Justiça do Brasil recebeu um pedido para proibir os shows do ex-vocalista do Pink Floyd no país. 

Em nota, Roger Waters disse que recebeu "ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais". Segundo o artista, o figurino era uma forma de demonstrar sua oposição ao nazismo e à intolerância. "Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, a injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas", justifica em um trecho.

Na apresentação em Berlim, o co-fundador do Pink Floyd aparece vestindo uma camisa e um sobretudo pretos com elementos de cunho nazistas, além de uma espécie de metralhadora falsa, disparando tiros fictícios. A polícia alemã abriu uma investigação contra o astro do rock por incitação ao ódio.

Rogers afirma ainda que as insinuações acerca de seu posicionamento político não o impedirão de continuar protestando. "Independente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem."

Confira o comunicado:

Minha recente apresentação em Berlim recebeu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar porque discordam de minhas opiniões políticas e princípios morais.

Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, a injustiça e ao fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar esses elementos como algo diferente são dissimuladas e politicamente motivadas. A representação de um demagogo fascista desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde “The Wall”, do Pink Floyd, em 1980.

Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que os veja. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa - ela se tornou uma lembrança permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final.

Independente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem.

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