São João

Quadrilha Junina Ribuliço estreia novo espetáculo em Ceilândia

O grupo tem um importante trabalho social de promoção e perpetuação da cultura na comunidade da expansão do Setor O

Samuel Calado
postado em 04/06/2023 19:50 / atualizado em 04/06/2023 20:02
 (crédito: Samuel Calado/CB)
(crédito: Samuel Calado/CB)

A Quadrilha Ribuliço deu início ao ciclo de apresentações de 2023 com a estreia do novo espetáculo “Quatro fases, quatro histórias da lua do meu São João”, na noite da última sexta-feira (2/6), no arraial do Sesc em Ceilândia. O grupo levou mais de 30 casais para a encenação e utilizou os ritmos populares do Nordeste para narrar contos juninos relacionados às fases do satélite natural da terra. Agora, a junina se prepara para as apresentações e competições do Distrito Federal e entorno.

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Irmãos Thaynara Ketlen e Davi Alves, quadrilheiros da Junina Ribuliço.
Irmãos Thaynara Ketlen e Davi Alves, quadrilheiros da Junina Ribuliço. (foto: Samuel Calado/CB)

A apresentação marcou a estreia de muitos brincantes no arraial. O estudante Davi Alves, de 12 anos, ficou emocionado após se apresentar pela primeira vez. “Ainda estou com as minhas pernas tremendo. Foi muito mágico! Eu não esperava que fosse dessa forma. Achava que fosse só uma apresentação, mas é algo diferente”. O jovem conheceu a quadrilha através da irmã, a recepcionista Thaynara Ketlen, 20, que está no grupo há quase quatro anos. “É muito importante mostrar isso para as pessoas. Quadrilha significa cultura e eu sinto que a tradição está se perdendo nos últimos anos. Precisamos mostrar a importância desse movimento. Fazer com que as pessoas sintam o que eu sinto quando estou dançando! É como se tirasse todas as mágoas e restasse só felicidade”.

Sandra de Sousa Nogueira, Cledeison Lima da Silva Júnior e Evelyn Sousa Nogueira, da Junina Ribuliço.
Sandra de Sousa Nogueira, Cledeison Lima da Silva Júnior e Evelyn Sousa Nogueira, da Junina Ribuliço. (foto: Samuel Calado/CB)

Para a professora de educação física Sandra de Sousa Nogueira, 50, a apresentação teve uma importância afetiva e sentimental. “Eu sempre tive uma devoção por quadrilha. Por ser uma menina negra, eu sempre fui preterida na escola e nunca tive a oportunidade de dançar. Isso ficou marcado no meu coração. Então eu cresci, vi uma oportunidade de dançar e vim. Eu quis me dar o presente de 50 anos de idade que era dançar em uma quadrilha”, revelou a educadora que se apresentou no arraial junto aos dois filhos, os estudantes Evelyn Sousa Nogueira, 21, e Cledeison Lima da Silva Júnior, 12.

  • Elisângela de Souza Castro, mãe do quadrilheiro da Junina Ribuliço, Marcos Vinícius de Souza Castro. Samuel Calado/CB
  • Elisângela de Souza Castro e Marcos Vinícius de Souza Castro. Samuel Calado/CB

A dona de casa Elisângela de Souza Castro, 50, assistiu ao filho, o estudante Marcos Vinícius de Souza Castro, 15, dançar pela primeira vez e tentou registrar todos os momentos com o celular. “Passa muita alegria no meu coração! Ver o meu filho dançando é como se eu estivesse dançando também. Quadrilha é bom demais. O grupo está de parabéns. É um projeto maravilhoso que envolve todo mundo na comunidade”, disse a mãe coruja.

João Victor Meireles e Maria Eduarda Soares Batista, noivos da Quadrilha Junina Ribuliço.
João Victor Meireles e Maria Eduarda Soares Batista, noivos da Quadrilha Junina Ribuliço. (foto: Samuel Calado/CB)

O casal de noivos João Victor Meireles e Maria Eduarda Soares Batista desempenham papel importante dentro e fora do arraial. Enquanto executam belíssimos jogos coreográficos durante as apresentações, nos bastidores, a participação é direta na produção. “A gente trabalha diretamente na construção do projeto e principalmente na produção dos figurinos. Vê todo mundo vestido e brilhando é um orgulho imenso. Agora é aproveitar ao máximo o São João”, revelou o maquiador. “A gente pensa que não vai dar certo e fica na agonia durante o processo de criação, mas quando vê tudo pronto e os trajes lindos, bate uma emoção forte. Depois de tudo isso, espero que a gente viva um São João leve”, disse a maquiadora e trancista.

Aurélio Santos, presidente e marcador da junina.
Aurélio Santos, presidente e marcador da junina. (foto: Samuel Calado/CB)

O grupo tem um importante trabalho social de promoção e perpetuação da cultura na comunidade da expansão do Setor O. “O sentimento é de gratidão e conquista pelo trabalho que vem sendo feito desde o mês de dezembro com o início das inscrições. A expectativa é se as pessoas vão abraçar o projeto. E hoje quando a gente chega e vê uma quadrilha desse com um trabalho desse é recompensador. Valeu muito cada ensaio! Cada noite de sono! A nossa intenção é fazer com que cada quadrilheiro se sinta orgulhoso da sua evolução e abrace o movimento”, conta Aurélio Santos, presidente e marcador da junina.


Sobre o tema deste ano

Na encenação “Quatro fases, quatro histórias da lua do meu São João”, a Ribuliço traz contos relacionados às fases do satélite natural da terra. O primeiro refere-se à fase nova e fala sobre um casal de primos que são transformados em sol e lua após se envolverem em uma paixão proibida. O segundo, ligado à crescente, traz uma mulher que decide morar na órbita lunar após ser enfeitiçada. O terceiro remete à lua cheia narra uma promessa de uma mãe à lua pela saúde do filho. Por fim, o quarto faz uma conexão com a primeira fase, onde os primos se encontram e se amam no eclipse.

Assista ao resumo da apresentação

 


 

 

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