O cantor Gilberto Gil revelou já ter se relacionado com outros homens. O artista contou que, apesar de já ter sentido atração pelo mesmo sexo, sabe diferenciar esse desejo do que ele sente por mulheres. A confissão foi dada em entrevista à revista Veja, publicada nesta sexta-feira (2/6), em que falou sobre a sexualidade e o casamento com Flora Gil, além de outros assuntos.
Na entrevista, Gil contou que nunca se sentiu atraído por homens na mesma intensidade em que se sente pelo sexo oposto, mas que, em alguns momento da vida, algumas pessoas do sexo masculino o atraíram. “Nunca tive tesão num homem, como se diz. No entanto, por razões de delicadeza natural, educação, finura do trato, já tive proximidade com a sexualidade de outro, de outros”, confessou.
Gil reforçou que essa “proximidade com a sexualidade” de outros homens nunca afetou a forma como ele enxerga esse assunto na vida dele. “Essas questões de amor, amizade, respeito foram possíveis em momentos em que a sexualidade era uma coisa mais vibrante em mim”, disse. “Houve épocas em que ela [sexualidade] se aproximou de outros, mas nunca na mesma forma como de outras. Para mim, jamais foram coisas iguais”, frisou.
“Somos todos filhos de um pai e de uma mãe, o resultado de uma junção de genes de um e de outro. Portanto, somos todos bissexuais. Agora, o quanto e como isso influencia na condição masculina ou feminina e no exercício da própria sexualidade, aí reside uma variação infinita de possibilidades”, opinou o artista.
Na mesma entrevista Gil falou sobre os rumores que já surgiram em torno da proximidade dele com Caetano Veloso e garantiu que nunca houve nada entre eles além de amizade. “Encarava essas especulações como consequência da nossa proximidade, dos nossos gostos e do encantamento mútuo”, afirmou. “Talvez isso pudesse provocar fantasias a respeito do que seriam possíveis ‘desembocares’ de sexualidade entre nós, o que sempre tratamos com naturalidade”, acrescentou.
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Em 40 anos de casamento, nunca cogitou um relacionamento aberto
A atração que um dia já sentiu por homens nunca foi um problema no casamento de Gil com Flora, garantiu o cantor à Veja. Ele afirmou que, durante as quatro décadas de união com a empresária, um relacionamento aberto jamais foi uma possibilidade.
“Flora e eu somos abertos ao mundo, mas nunca especulamos nada na direção do sexo livre”, ressaltou Gil, que reafirmou seu amor por Flora. “Nosso convívio tem uma enorme benignidade. Há uma delicadeza no trato e, para todo mal que surge, a Flora é o próprio remédio”, concluiu.
Na entrevista o cantor também falou sobre drogas. Ele contou que já teve experiências com substâncias ilícitas quando estava exilado em Londres. “Nunca gostei de cocaína. Durante o exílio em Londres, no pós-tropicalismo, tomei ácidos”, revelou.
“Experimentei tudo que uma viagem lisérgica propicia — o surreal, o surrealismo e o cubismo. Esses experimentos me interessavam na época e se refletiam na atitude musical. Também era um elemento que ajudava na adaptação à vida fora e à atmosfera londrina”, disse o cantor.
Gil afirmou que as “viagens” proporcionadas pelo uso de alucinógenos nunca foram o principal atrativo para ele, mas sim a experiência. “Caetano sempre foi ‘Caretano’, nunca se interessou por essas viagens. Já Rita Lee era parecida comigo, apreciava essas experiências”, concluiu.
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