Escritor, compositor e artista plástico natural de Campina Grande (PB), mas radicado em Brasília, Leonardo Almeida Filho lança nesta quinta-feira (1º/6), no Sebinho (406 norte) às 17h, a coletânea de contos Berro, pela Patuá. São 25 histórias que retratam o silêncio dos desvalidos em contraste aos ruídos da grande lavoura que é o mundo.
Com visão social aguda, o escritor foi capaz de transformar em pequenas histórias o que se passou nos últimos anos, quando a sociedade esteve em isolamento por conta das medidas de restrição à covid-19. "São contos que de alguma maneira dialogam com o silêncio da sociedade de uma maneira geral, de nós todos", explica Leonardo.
"O livro é dedicado aos invisíveis, às pessoas que não têm direito a voz, como negros, imigrantes, mulheres, pessoas em situação de risco etc." O autor é contundente no papel que os artistas devem desempenhar na sociedade: "Eu não consigo conceber qualquer artista, qualquer um que seja que não se preocupe com o seu povo, com aqueles que não têm voz."
A obra, dividida em três partes, é um livro para marcar território, segundo Leonardo. "A primeira parte são contos muito mais sociais, tem uma violência mais simbólica. O livro é muito violento, mas você não vai encontrar sangue espirrado, mas uma situação de uma criança que sofre assédio sexual, o drama cotidiano de imigrantes, dos sem terra, a violência cotidiana", detalha.
"A segunda parte do livro, A língua universal, enfoca a questão da arte e sua relação com os ruídos e silêncios do mundo em contos como O alfabeto do silêncio, que conta a história da descoberta de um livro mítico". Intitulada O berro de todas as línguas, a última parte é composta por contos que aludem à mitologia contemporânea e transitam pela loucura e pela sanidade, pelo realismo mágico e pela homofobia.
Leonardo Almeida Filho nasceu em 1960 em Campina Grande, e desde 1962 reside em Brasília. Com mestrado em literatura brasileira pela Universidade de Brasília (UnB), publicou em 1998 o romance O livro de Loraine, e, em 2018, o livro de poesias Babelical.
*Estagiário sob supervisão de Severino Francisco
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