O cantor Xand Avião contou, nesta sexta-feira (19/5), que vive com psoríase, uma doença crônica autoimune. A revelação foi feita por meio de um vídeo publicado nas redes sociais, em que o artista disse ter recebido o diagnóstico há cerca de quatro anos, antes da pandemia, e, desde então, tem buscado tratamento.
Xand revelou que a doença está em grau avançado e, por isso, o tratamento encontrado para aliviar os sintomas da psoríase é uma injeção que custa R$ 17 mil cada aplicação. “A gente foi se informar e eu fiquei sabendo que o meu plano cobria essa injeção e descobri uma coisa mais interessante ainda, que o SUS também cobre essa injeção para quem não pode pagar. Você pode perguntar, mas por que é tão caro? Porque depende do seu grau de psoríase, o meu já está 11.4”, detalhou.
A descoberta das injeções, segundo o relato do cantor, foi possível depois de uma consulta com um médico reumatologista. “A gente procurou um reumatologista. Eu não sabia que precisava, mas precisa sim. Tenho certeza que muita gente não sabe também. A gente procurou também uma amiga nossa que é uma das melhores do Nordeste, e ela me receitou um tratamento que comecei hoje, que é uma injeção. Esse tratamento custa R$ 17 mil”, destacou.
O cantor de forró, natural do Rio Grande do Norte, ainda comentou que as irritações na pele, sintoma mais comum da doença e que se manifesta, muitas vezes, na região da cabeça e nunca, o fizeram sentir vergonha e passou a usar boné nos shows para esconder as erupções. “Teve alguns shows que eu fiz de boné, porque eu estava com vergonha já, sem querer dar entrevista, porque é feio, é muito aparente. Como eu tiro 100 fotos por noite, dou quatro entrevistas, estava me incomodando", desabafou.
A manifestação da psoríase começou com uma irritação no dedo polegar da mão e evoluiu rapidamente, chegando a tomar conta de todo o corpo de Xand. Ele contou que, por conta do estresse da pandemia, o quadro da doença se agravou. “Do meu dedo, começou a passar pra minha cabeça, perto da minha orelha, e isso foi aumentando. Hoje eu estou com minha cabeça inteira com isso, meu corpo inteiro com psoríase", afirmou.
“Eu descobri um pouco antes da pandemia e minha doutora me disse que isso agrava com estresse, com ansiedade. Na pandemia, a gente viveu tudo isso em dobro ou em triplo. E a minha piorou muito”, ressaltou.
Doença tem causa ainda desconhecida
A psoríase é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, que se manifesta por lesões avermelhadas e descamativas na pele, podendo afetar também as unhas e as articulações. a prevalência da doença varia de 0.5 a 11.4, sendo a última o grau mais grave.
A condição afeta pessoas de qualquer faixa etária e ainda não tem causa conhecida. Acredita-se que seja uma doença multifatorial, relacionada com o sistema imunológico e interações com o meio ambiente. A genética também pode influenciar a aparição da psoríase, mas é necessariamente transmitida aos descendentes.
Os sintomas da doença são recidivantes, ou seja, desaparecem e reaparecem periodicamente. De acordo com o Ministério da Saúde, a melhora dos sintomas e as recaídas estão relacionadas a diversos fatores como traumas, infecções, drogas, estresse emocional, entre outros.
O tratamento procura principalmente reduzir o número e a gravidade das lesões e vai depender das características do paciente. Os medicamentos utilizados podem ser tópicos ou sistêmicos. Casos leves e moderados podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol. “É importante salientar que qualquer tratamento deve ser feito sob rigorosa orientação médica, de forma persistente, sendo necessário, em alguns casos, suporte psicológico para uma melhor adaptação ao impacto provocado pela doença”, alerta o Ministério da Saúde.